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COLUNA AFRODITE QUEM QUISER
A GRÉCIA É UMA GRAÇA! MAS VAMOS SABER MAIS SOBRE OS GREGOS OU AS GREGAS?
Por Cristina Guedes
No meu caso, porém, falando de um modo bem grego com vocês, escrever sempre me induziu a filosofar e, talvez por isso, meus quarenta anos são doces reflexões de primaveras e verões bem executados. Sim, arrependo-me de algumas ilhas onde bati e voltei, é que alguns cruzeiros fazem isso com a gente. Todavia, nunca rejeitei as virtudes de perfumar com gestos rituais algumas transpirações de textos enviados como espelhos de uma graça quase erógena para todos os meus leitores em viagem. Para mim, a Grécia tem uma mistura de despertar feminino e energias divinas, estes tesouros aquáticos difusos onde nos perdemos totalmente. Eu já citei várias dicas incontroláveis de meu espírito! Pois, não foi fácil estudar as poesias gregas daquela época e transformar tudo hoje em pequeninos Artigos para os jornais e revistas.
Sim, a humanidade tem recorrido aos gregos virtuosamente e normalmente faz isso através da Filosofia. Lendo Aristoklis Spyrou/Athenagoras I – um inteligente patriarca religioso da cidade de Vassilikon – Epiro descobri que este homem foi considerado o profeta do amor e da reconciliação do seu tempo. Se fosse hoje ele estaria em alguma coluna não tão grega, como as da sua época, mas estaria fertilizando vocês com alguma arte ou com os filtros mágicos da sua dedicada poesia. Para Aristoklis a grande musa inspiradora da época Greco Romana, sem dúvida foi uma mulher – a não tão menos, Helena de Tróia. Que mulher falada, pessoal...
Mas filosofar foi sempre um tributo afrodisíaco tentador para os gregos e, que alguns chamariam de poesia! Desde então, vivemos até hoje assim: simples e incompreendidos, pois não apresentamos poções sobrenaturais apenas o filosofar independe do curso, mas cheios de recursos no certificado do pensar. Caindo a ficha, filosofia é a própria vida bem vivida. Não deve ser algo que canse, apenas que seja um capricho mais pelo amor do que o ódio. E pensando no presente grego, deve se alinhar bem aos corpos dos seres que se alinham entre si.
Por pura inclinação grega, filosofia não é falar de alguém, mas de como viver,
e de como poder atingir as metas nas quais se está participando. É lançar cada um de nós à sua tarefa, aquela de manter-se no tema, sem temer ou se desviar, apenas isto, manter-se.
Sim, mas filosofar é como destravar coisas do âmago, refletir sobre o que está aí. Saber que não se tem regras fixas, mas que se pode preparar e servir um jantar delicioso. É como poder cativar o ouvido do outro com um assunto qualquer, mas que seja como a paz que se tem e que se quer. Filosofar é como contar uma história que não tenhas contado para ninguém e refletir, procurar e partilhar, sem medidas para qualquer engano, ou harmonia e até dúvida..ou quase.
Coisinhas gregas à parte, daí em Atenas, apesar das mulheres também serem educadas para as tarefas de mãe e esposa, a filosofia delas era tratada de outra forma, pois até mesmo nas classes mais pobres da sociedade ateniense encontravam-se homens alfabetizados e as mulheres nem tanto. As funções das mulheres gregas estabeleciam que elas devessem se doar ao máximo a seus maridos e filhos e, dessa forma, abdicar quase que totalmente de interesses e vontades filosóficas. Que aborrecimento saber disso, minhas leitoras....
Imaginem cuidar do lar, monitorar o crescimento dos filhotes e ainda devotar integral obediência ao marido passava a ser a vida de qualquer mulher grega, exceto daquelas que viviam em Esparta.
Agora melhorou! Vamos saber dessas espartanas? E não confundam mulheres espartanas com mulheres de espartilhos. Eu não acumulei séculos e nem cai de nenhum galho torto por aí pra deixar vocês facilmente sem a boa impressão das boas informações... Me poupem, meninas, mas sem maiores alardes, o bom humor é minha garantia de poder melhorá-las.
O resto é fácil, mas a cidade de Esparta era aquela que proporcionava às mulheres a maior autonomia entre todas as polis estabelecidas na Grécia Antiga. Isso acontecia em virtude da própria orientação política adotada naquela localidade, onde a hostilidade entre cidadãos e não-cidadãos e a presença maciça de escravos criava a necessidade de manter os cidadãos em constante alerta contra revoltas internas. Como o grupo de espartanos era menor que o de não-cidadãos (escravos e estrangeiros), as crianças e mulheres eram preparadíssimas para colaborar em caso de conflitos ocorridos na cidade. Eu imagino os tipos de conflitos.
Será que os gregos tinham a necessidade de contar com o apoio do mulheril para treinamentos militares? Os relatos dizem que sim, meninos...
Meu Deus, os jorros de atividades políticas e os brandys de liberdade para as mulheres acabavam em atividades pouco esportivas. Inclusive era tão bacana os homens gregos verterem elevados suspiros aos lábios femininos do que ensinar as mulheres a levantar-defuntos do chão entre montanhas e montanhas de ingredientes em guerra.
Que coisa, além delas terem atividades claramente domésticas, ainda tinham que ir pra tal da guerra. E ainda depois de varias horas de labuta na cozinha, embelezamento da casa, auxiliando criados, confeccionando tecidos e produzindo tapetes, as espartanas terminavam sendo encontradas sem nenhuma filosofia pra contar a história.
Era comum que as famílias se reunissem para realizar as orações pelas vítimas da guerra, no entanto, a posição dos demais membros da família em relação ao pai era de total obediência. Todos lhe deviam respeito, considerava-se que mulheres e filhos estavam sob a guarda legal do chefe de família e, de certa forma, a vida das mulheres gregas se alterava apenas no que se refere ao homem que comandava suas ações, o seu pai na infância e o seu marido na idade adulta.
Os gregos investiam na aprendizagem da leitura, escrita, oratória, esculturas, poesia e matemática para os meninos que seriam os líderes que iriam manter as cidades no amanhã. A rigidez nos estudos era grande, por isso mesmo era dada aos tutores a possibilidade de aplicar castigos físicos aos meninos e rapazes que não se aplicassem nos estudos. Manter o corpo e a mente sadios era dever dos pais no que se refere aos filhos do sexo masculino.
Enquanto isso, as meninas eram educadas em casa, pelas mães, sempre tendo como objetivo de aprendizagem os afazeres domésticos e femininos consagrados pelo hábito na sociedade grega, como: fiar, tecer, ler, escrever, contar, o cancioneiro e as histórias populares e também os trabalhos domésticos mais incríveis.
Apesar dessas sensações milenares que não incluíam as revistas Vogue, Nova e nem a Marie Claire naquela época, quanto menos a vital Coluna Afroditequemquiser, para as nossas amiguinhas gregas, elas curiosamente puderam ler a famosa poetisa Safo (em grego, Σαπφώ, transl. Sapphō) foi uma ligadíssima poetisa grega que viveu em Mitilene, ativo centro cultural no século VII a.C..
Nascida algures entre 630 e 612 a.C., foi muito respeitada e apreciada durante a Antigüidade, sendo considerada "a décima musa" dos gregos, até mais bem introduzida que a devotada deusa Afrodite.
Sua poesia reuniu nove livros de odes, epitalâmios, elegias e hinos, dos quais sobrevivem apenas fragmentos (inclusive uma ode completa e quatro estrofes de outra). Safo escreveu em dialeto eólico, e muitos dos fragmentos foram preservados por gramáticos como exemplos desse dialeto. No entanto, sua poesia, devido ao conteúdo filosoficamente erótico, sofreu grande censura na Idade Média. Ninguém mais podia ler a moça. E isso foi uma invenção dos invejosos monges copistas da época, e por isso o que restou de sua obra e sua biografia foram escassos fragmentos.
Querem um versinho dessa grega avançada? Anotem, meninos e meninas:
Contemplo Como o Igual dos Próprios Deuses
Contemplo como o igual dos próprios deuses
esse homem que sentado à tua frente escuta
assim de perto quando falas
com tal doçura,
e ris cheia de graça.
Mal te vejo o coração se agita no meu peito,
do fundo da garganta já não sai
a minha voz,
a língua como que se parte, corre
um tênue fogo sob a minha pele,
os olhos deixam de enxergar, os meus
ouvidos zumbem,
e banho-me de suor, e tremo toda,
e logo fico verde como as ervas,
e pouco falta para que eu não morra
ou enlouqueça.
O assunto principal de seus poemas foi o amor, sempre expresso com simplicidade natural, às vezes com ternura, às vezes com ardor apaixonado. Mas da melhor forma possível era pura celebração de conselhos amorosos, assunto tão desejado neste turbilhão de modernismos do agora.
Então, e já que estamos tão gregos por hoje, resta-nos provocar outras olimpíadas mencionadas pela poesia de Safo e cabe a vocês relatarem essas idéias e instalarem-se imortalizados pela filosofia das excelentes participações desse reino. Afinal só a boa respiração faz-nos respirar o ar mais novo das civilizações antigas, aquele mesmo ar que os poetas tentaram filosofar na Grécia. Uma sensação de renovação e harmonia do que já haviam respirado corajosamente em seu tempo.
E fica aqui a resposta da nossa consultora Safo sobre o seu tema do Amor: onde ela dizia que os verdadeiros paraísos são os que perdemos...
O AMOR
O amor, esse ser invencível, doce e sublime
que desata os membros, de novo me socorre.
Ele agita meu espírito como a avalanche
sacode monte abaixo as encostas.
Lutar contra o amor é impossível, pois como uma
criança faz ao ver sua mãe, vôo para ele.
Minha alma está dividida: algo a detém aqui,
mas algo diz a ela para no amor viver...
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@Cristina Guedes, colunista, começou cedo escrevendo em jornais e revistas. De carreira versátil, ainda jovem tornou-se modelo e apresentadora de tv. Depois, foi redatora publicitária, autora de peças teatrais e entrevistadora em Belo Horizonte, onde viveu a maior parte de sua carreira. Como escritora está em diversas Antologias pelo país, dona de um texto gratificante e cheio de cumplicidade com o leitor. Cristina é jornalista, ensaísta e poeta. Autora do Livro, QUANDO RIEM AS MAÇÃS - que reúne deliciosas crônicas e tiradas com humor sobre homens, mulheres, negócios, políticas tropicais e ainda traz a divertida e envolvente história da mineira Ritinha. Atualmente escreve o livro A Casa do Mundo no Reino dos Arcanos.
Comentários da Coluna
de Marco Antonio Soares da Costa - Artista Plástico - Rio
Bom humor e cultura é uma bela mistura. Esse seu texto faz transposições interessantes. Os gregos... Estamos imersos neles. Eles forneceram modelos arquetípicos femininos nos seus mitos: Helena, a beleza extrema, talvez algo frívola, sedutora voluntária ou involuntariamente; Cliteminestra, a traiçoeira e adúltera esposa de Agamenom; Penélope, abnegada e fiel, a aguardar por Odisseu... Acho que estou fazendo poesia. Mas, realmente a vida das mulheres na Grécia não era fácil. No entanto, foi Platão o primeiro a pensar uma relativa igualdade de oportunidades para homens e mulheres em sua República. Filosoficamente, porém, só se deu relevo à participação negativa de Xantipa, esposa de Sócrates, que de tão rabugenta fazia com que ele corresse para a rua a filosofar. Mas, falando sério, não se deve esquecer Diotima de Mantinea, imortalizada no belíssimo mito da origem do amor, evocado por Platão no diálogo Banquete que trata desse tema tão caro a todos nós. Parabéns uma vez mais, e espero que o meu comentário não tenha destoado muito.
de Antonio Cesar da Veiga - Professor e Químico - POA
Cristina, as mulheres gregas tinham a sua criatividade bloqueada; não sentiam o ímpeto, a motivação e a inspiração para prosseguir em suas vidas. Tudo deveria parecer enfadonho, mundano e muito difícil. Veio "Safo" e fez algo criativo......Falou do amor que é um modo feminino, um modo da Deusa, de meditar. Um abraço!
de Celeste Pessoa - Executiva - Paraíba
Texto maravilhoso, gostoso de ler, dosado de um bom e inteligente humor. Parabéns!!
A Átis
(Safo)
Não minto: eu me queria morta.
Deixava-me, desfeita em lágrimas:
"Mas, ah, que triste a nossa sina!
Eu vou contra a vontade, juro,
Safo". "Seja feliz", eu disse,
"E lembre-se de quanto a quero.
Ou já esqueceu? Pois vou lembrar-lhe
Os nossos momentos de amor.
Quantas grinaldas, no seu colo,
— Rosas, violetas, açafrão —
Trançamos juntas! Multiflores
Colares atei para o tenro
Pescoço de Átis; os perfumes
Nos cabelos, os óleos raros
Da sua pele em minha pele!
[...]
Cama macia, o amor nascia
De sua beleza, e eu matava
A sua sede" [...}
Cai a lua, caem as plêiades e
É meia-noite, o tempo passa e
Eu só, aqui deitada, desejante.
— Adolescência, adolescência,
Você se vai, aonde vai?
— Não volto mais para você,
Para você volto mais não.