REGRAS IMPORTANTES PARA O DESENVOLVIMENTO ESPIRITUAL
Muitos estão buscando instrução teórica e prática em filosofia do ocultismo, por isso, talvez lhes interesse ler mais alguns esclarecimentos, baseados nos ensinamentos da filosofia teosófica:
- Qual a diferença essencial entre Ocultismo teórico e prático; ou o que é em geral conhecido como Teosofia por um lado, e ciência Oculta por outro;
- Qual a natureza das dificuldades envolvidas nesse estudo.
É fácil tornar-se um Espiritualista.
Qualquer pessoa com capacidades intelectuais medianas e inclinação para a metafísica; de vida pura, altruísta, que sente mais alegria em ajudar o seu semelhante do que em receber ajuda dele;
Alguém que está sempre pronto a sacrificar seus prazeres pelo bem de outras pessoas; e que ama a Verdade, a Bondade e a Sabedoria por elas próprias e não para o benefício que possam conferir, é um
Espiritualista.
Mas, - colocar-se no caminho que leva ao conhecimento do que é bom fazer, quanto ao correcto discernimento do bem e do mal;
- Aquele caminho que também leva um homem àquele poder, mediante o qual ele pode fazer o bem que deseja, aparentemente sem mesmo levantar um dedo.
Além disto, há um fato importante acerca do qual todos os interessados devem estar alertados,
- é sobre os perigos em que incorrem — "Instrutores" e “Estudantes”, pois estão sujeitos à mesma lei inviolável:
- Desde o momento em que se começam a transmitir e a ensinar capacidades que conferem qualquer espécie de poder, seja psíquico, mental ou físico — a quem ler seus ensinamentos, mensagens, mantrans, etc.:
– cada “Instrutor” ou “Informador” associa-se ás “transgressões espirituais” da/s pessoas que sem os conhecimentos adequados aderem de boa fé ás práticas colhidas nessas informações, e que em conexão com a Ciências Ocultas, erram por omissão ou por intromissão.
É como a Lei ou dogma da absoluta sacrossantidade da relação entre os padrinhos que se tornam responsáveis por uma criança.
Todo o aprendiz ou seguidor da filosofia oculta" precisa passar por sete anos de provação, estudo e prática, para provar sua adaptação e desenvolver as qualidades necessárias para a segurança tanto do Mestre, que vier a ter, quanto de si próprio como aluno/aspirante.
Ocultismo não é magia, mas é fácil aprender métodos para usar forças subtis, porém ainda muito materializadas, de natureza física; os poderes da alma animal no homem logo são despertados;
são forças que seu amor e seu ódio podem, no entanto, colocar em operação, uma parte de fácil acesso e prontamente desenvolvida que deriva para caminhos indesejáveis, a que chamamos de forças obscuras.
Pois é este -” motivo”, e tão-somente o motivo, - que faz qualquer exercício de poder espiritual, tornar-se “magia negra, maligna” ou “branca, beneficente”.
É impossível empregar forças espirituais quando houver o “mínimo” vestígio de egoísmo remanescente no operador. Pois, a menos que a intenção seja inteiramente pura, a vontade espiritual transforma-se em psíquica, actua no plano astral, e resultados horrendos podem ser produzidos por ela.
Os poderes e as forças da natureza animal podem igualmente ser usados pelo egoísta e vingativo, como pelo altruísta e que a tudo perdoa; os poderes e as forças do espírito prestam-se apenas para o de coração perfeitamente puro — e isto é Magia Divina.
Quais são então as condições exigidas para alguém se tornar um estudante da "Divina Sapiência"?
É possível dar estas instruções, desde que certas condições sejam cumpridas e rigorosamente realizadas durante os anos de estudo. Isto é um “sine qua non”:
*Nenhum homem pode nadar a menos que entre nas águas profundas.
*Nenhum pássaro pode voar a menos que suas asas estejam crescidas e tenha espaço diante de si e coragem para lançar-se ao ar.
*Um homem que quer manejar uma espada de dois gumes, deve ser um mestre completo de uma arma cega, se não quiser machucar-se — ou o que é pior — aos outros, na primeira tentativa.
Para dar uma ideia aproximada das condições sob as quais tão-somente o estudo da Divina Sabedoria pode e deve ser perseguido com segurança, isto é, sem o risco de que a Magia Divina ceda lugar à Magia Negra, seleccionei de entre um grande número de regras as seguintes:
Nota – a seguir ás regras, encontra-se a explicação de certas designações.
1. Para a Meditação, o local seleccionado para receber instruções deve ser calculado de forma a não distrair a mente, e estar repleto de objectos que "influenciam o desenvolvimento" (magnéticos). As cinco cores sagradas reunidas em um círculo devem estar presentes entre outras coisas. O local deve ser isento de qualquer influência maligna que possa estar no ar.
[O ideal é o lugar ser isolado e não ser usado para outros propósitos. As cinco "cores sagradas" são os matizes prismáticos arranjados de uma certa forma, uma vez que estas cores são muito magnéticas. Por "influências malignas" refere-se a quaisquer perturbações causadas por contendas, querelas, maus sentimentos etc., pois diz-se que são impressos imediatamente na luz astral, isto é, na atmosfera do lugar, e ficam suspensas "no ar".]
2. Antes que a pessoa tenha permissão de estudar e de se encontrar mentalmente "face a face", ele deve adquirir compreensão preliminar em selecta companhia de outros discípulos leigos, cujo número deve ser ímpar.
["Face a face", significa nesse exemplo o estudo independentemente ou aparte de outros, quando o discípulo recebe instruções face a face, seja consigo mesmo (seu Eu Divino, mais elevado) ou com seu Ser de Luz. É tão-somente que cada um recebe suas merecidas informações, de acordo com o uso que tiver feito de seu conhecimento. Isto pode acontecer apenas no final de um ciclo de instruções].
3. Antes que ele (o instrutor) possa comunicar ao discípulo as boas e sagradas palavras de” LAMRIN”, ou permitir que "esteja pronto" para Dubjed, deve tomar cuidado para que a mente esteja completamente purificada e em paz com todos, sobretudo com seus outros “Eu´s”. De contrário, as palavras de Sabedoria e da boa Lei, se dispersam e são lançadas aos ventos.]
[Lamrin é uma obra de instruções práticas, de Tson-kha-pa, em duas partes, uma para propósitos eclesiásticos e exotéricos, e outra para uso Esotérico. "Estar pronto" para Dubjed, é preparar os vasos usados para a vidência, como espelhos e cristais. Os "outros eus", refere-se aos companheiros estudantes. A menos que a mais perfeita harmonia reine entre os aprendizes, não é possível alcançar o sucesso. É o instrutor que faz as selecções de acordo com as naturezas magnéticas e eléctricas dos alunos, colocando-os juntos e ajustando muito cuidadosamente os elementos positivos e negativos] .
4. O upasaka enquanto estuda deve tomar cuidado para estar unido como os dedos das mãos. Deve imprimir em suas mentes que o que quer que fere um -fere os outros-, e se o regozijo de um não encontra eco no peito dos outros, então as condições necessárias estão ausentes, e é inútil continuar.
[Isto dificilmente acontece se a escolha preliminarmente feita foi consistente com as exigências magnéticas. É sabido que certos estudantes de certo modo promissores e aptos para receber a verdade, tiveram de esperar anos por causa de seu temperamento e porque não conseguiam sintonizarem-se com os companheiros.]
5. Os co-discípulos devem ser sintonizados pelo instrutor como as cordas de um alaúde, cada qual diferente do outro, contudo emitindo sons em harmonia com todos. Colectivamente devem formar um teclado respondendo em uníssono para poderem ser sensíveis ao mais leve toque do Mestre ou do Ser que os ajuda. Assim, suas mentes devem abrir-se para as harmonias da Sabedoria, vibrar com o conhecimento através de cada um e de todos, resultando em efeitos agradáveis aos seus tutelares, tornando-se útil para o estudante ou canalizador. Assim deve a Sabedoria ser impressa para sempre em seus corações e a harmonia da lei jamais deve ser quebrada.
6. Os que desejam adquirir o conhecimento que leva aos Siddhis -poderes ocultos- têm de renunciar a todas as vaidades da vida e do mundo (aqui segue a enumeração dos Siddhis).
7. Ninguém pode sentir diferença entre si e seus companheiros estudantes, como "eu sou mais sábio". "Sou mais santo e querido ao instrutor, ou em minha comunidade, do que meu irmão", etc.
Seus pensamentos devem ser predominantemente fixos em seu coração, enxotando dele todo pensamento hostil a qualquer ser vivo. Ele (o coração) deve ser repleto do sentimento de sua "não separatividade do restante dos seres assim como de tudo na Natureza; de contrário não pode haver sucesso.
8. O estudante deve ter medo apenas das influências da vida externa (emanações magnéticas de criaturas vivas). Por esta razão embora uno com todos, em sua natureza interna, ele deve tomar cuidado para separar seu corpo externo de toda a má influência.
9. A mente deve permanecer insensível a tudo, a não ser ás verdades universais da natureza, para que a "Doutrina do Coração" não se torne apenas a "Doutrina do Olho" (isto é, ritualismo exotérico vazio).
10. Nenhum tipo de alimento animal de qualquer espécie, nada que tenha tido vida, deve ser ingerido. Nem vinho, nem bebidas destiladas, nem ervas estimulantes devem ser usados; pois estes são como os espíritos malignos que se fixam aos desprevenidos estudantes e devoram sua compreensão.
[Supõe-se que o vinho e o álcool contêm e conservam o mau magnetismo de todos os homens que ajudaram em sua fabricação; a carne de cada animal, conserve as características psíquicas de sua espécie].
11. Meditação, abstinência em tudo, observação dos deveres morais, pensamentos delicados, boas acções e palavras amáveis, pois a boa vontade para com todos e o completo esquecimento do “eu” são os meios mais eficazes de obter-se conhecimento e preparar-se para a recepção da mais alta Sabedoria.
12. É tão-somente pela virtude da estrita observância das regras precedentes que qualquer pretendente pode esperar adquirir no devido tempo os Siddhis dos Arhats, cujo desenvolvimento o tornará gradualmente Um com o TODO UNIVERSAL.
Desejo, sinceramente, que estas indicações possam beneficiar os interessados em avançar no Caminho da mais Alta Sabedoria.
MariaHelena Guerra