A MAGIA SOMOS NÓS 15 de agosto de 2019: Lua Cheia no 23º grau de Aquário. Por Sarah Varcas 12/08/2019 A lua estará cheia às 12:30h GMT de 15 de agosto de 2019.
(Nota Stela - 09:31:17h - horário de Brasília)
Esta Lua Cheia em Aquário está pronta para derrubar algumas velhas crenças. Com Urano, seu regente, retrógrado desde 11 de agosto e estando agora em quadratura com Mercúrio, ela ilumina o modo de funcionamento da nossa mente e o poder que esta detém. Esta lua nos lembra que não temos que acreditar em um único pensamento ou aceitar qualquer crença, a menos que assim escolhamos.
E que devemos fazer nossas escolhas com muito cuidado, pois o que ocupa nossa mente também molda nossa vida. Se, durante esta lua, pudermos simplesmente sentar-nos em silencioso testemunho de todos os nossos meandros mentais, poderemos criar o espaço em torno de nossos pensamentos que nos permita apenas ser: observando-os sem acreditar neles; avaliando-os antes de nos comprometermos com eles.
Costuma-se dizer que "para onde a atenção vai, a energia flui". Esta lua aperfeiçoa essa afirmação: o que tem poder não é o fato de colocar a atenção em algo, mas a qualidade da atenção aplicada.
Se observamos sentimentos dolorosos com uma mente que se alimenta do drama e se identifica com a dor, então, sim, nossa atenção é problemática. Entretanto, se para questões difíceis nós levarmos um coração enternecido, uma perspectiva compassiva, paciência, discernimento e um desejo de conhecer nossa verdadeira natureza, não teremos que desviar o olhar do que nos desafia.
Em vez disso, poderemos observar essas questões, senti-las, envolve-las com uma percepção compassiva e, assim fazendo, mudar nosso relacionamento com elas.
Criar esse espaço em nossa mente – que é simplesmente uma minúscula célula na vasta consciência coletiva – é semelhante a introduzir ar fresco em um quarto fechado, ou a luz do sol em um espaço escuro.
Todos nós acreditamos muito facilmente em todos os movimentos da nossa mente, permitindo que ela governe a nossa vida, não no interesse da verdade, mas daquelas energias das quais ela se alimenta: medo, separação, ansiedade, poder, superioridade. A mente é domínio do ego e, se quisermos equilibrá-lo com o espírito, devemos conhecê-lo intimamente, não simplesmente nos entregar ao seu poder.
Se estivemos nos perguntando por que não podemos nos organizar e fazer algumas mudanças há tanto tempo esperadas, esta lua vai nos revelar como nos mantemos acorrentados, presos a verdades limitadas por uma percepção estreita das coisas, e atolados na autossabotagem.
Pode ser um despertar duro, especialmente se a austera luz da lua não revelar circunstâncias externas, mas o nosso próprio eu como obstáculo que mais precisa de atenção. Embora essas revelações sejam uma pílula amarga para se engolir, esta é apenas a primeira etapa – uma cutucada do universo para reconhecermos nosso papel, e não nos culparmos por isso.
A autocensura não nos leva a lugar nenhum, portanto, o que quer que venha à luz nesta lua, acolha-o com um coração gentil e amoroso, não com um coração endurecido e autocrítico.
Entretanto, podemos estar distraídos demais para nos assumirmos. Um acúmulo de estresse e ansiedade, desespero ou depressão – até mesmo o tédio de uma vida vivida em preto e branco – podem nos impedir de reconhecer o poder do momento presente e a força alquímica desencadeada quando o vivemos plenamente, sem enganos.
Se estivemos investindo muita energia na antecipação de um futuro ideal, onde tudo se encaixa magicamente, precisamos compreender que a magia somos nós, vivendo com propósito, com intenção clara e para o bem maior agora.
Ao se opor a Vênus em Leão, esta lua pode desencadear solidão ou a sensação de ser mal compreendido. Se conseguirmos resistir a levar as coisas para o nível pessoal, este será um grande passo para evitar que esses sentimentos governem nosso dia e que criemos tempestades num copo d’agua!
Há uma boa dose de tensão no ar, portanto ser mais tolerantes uns com os outros (e conosco mesmos), é um bom conselho.
É também aconselhável que, se possível, evitemos temas que levem a debates acalorados, e nos concentremos em coisas que unam em vez de separar; caso contrário, é bem provável que entremos em uma defesa excessivamente fervorosa do nosso próprio ponto de vista, sem nenhuma consideração pela opinião alheia.
Se, neste momento, estivermos resistentes, lutando contra pressões externas que ameaçam mudar nosso rumo, o discernimento é fundamental. Não podemos nem vivemos separados do mundo e devemos estar sempre atentos ao constante feedback que ocorre entre nós e nosso ambiente.
Algumas vezes precisamos nos manter firmes diante de pressões externas. Em outras ocasiões, essas mesmas pressões são toques do divino, lembrando-nos que estamos perdendo nosso rumo, desviando-nos do caminho, ou cegos para algo que não deveríamos ignorar.
Se a resistência fortalece e torna mais clara a nossa intenção, ela provavelmente está nos mantendo no caminho certo. Se drena a nossa energia e destrói nossa paz, afastando-nos de ações positivas que poderiam nos trazer mais ânimo e desanuviar nossa mente, é porque provavelmente estamos resistindo àquilo que nos libertará.
Tenha cuidado, também, com a sedução da certeza diante da atual confusão. Ela sempre pode ser apenas um fino verniz sobre uma situação infinitamente complexa, que está muito além do poder de compreensão plena de qualquer pessoa.
Saber que não saber não é problema, estar em paz com paradoxos, acolher de coração aberto todas as percepções adquiridas (inclusive se você esteve errado o tempo todo!)…estes são elementos importantes neste momento. Evite a tendência a reagir ao invés de voltar-se para dentro se si.
Pode ser mais fácil atribuir nosso estresse às pessoas que nos rodeiam, mas toda vez que nos abrandamos diante de uma tensão, que nos aproximamos do outro em vez de nos afastarmos dele, que buscamos um terreno em comum em vez de um campo de batalha, nós plantamos sementes de uma mente mais tranquila, que consegue separar o joio do trigo e sabe, instintivamente, o que será necessário nos próximos momentos desafiadores.
Urano, o Grande Despertador e regente de Aquário, usa reviravoltas súbitas do destino para nos despertar dos sonhos ilusórios onde presumimos que sabemos quem nós somos. Mas o que chamamos de “destino” geralmente é a nossa própria natureza refletida de volta para nós, e o que nós descobrimos “lá fora” tem suas raízes profundas dentro de nós mesmos.
Estando retrógrado neste momento, Netuno está remanejando nosso mundo interno para iluminar essas raízes – estórias que contamos para nós mesmos; crenças que moldaram nossas percepções; dogmas que absorvemos de outros; modelos mentais percebidos como verdade.
Estas perspectivas e padrões de crenças, pensamentos, sentimentos e comportamentos são armadilhas que nós, inadvertidamente, colocamos no nosso próprio caminho do despertar.
Nos próximos cinco meses, Urano retrógrado revelará as raízes internas das nossas vidas “predestinadas”, nas quais somos misteriosamente confrontados com as mesmas circunstâncias que nos forçam a recorrer a níveis cada vez mais profundos do Eu.
Enquanto esta Lua Nova nos lembra que uma coisa é superar limitações externas, mas somente ao removermos barreiras internas nós seremos verdadeiramente livres.
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