Em 1902 George Frederick Still profere uma série de conferências em
Londres no Real Colégio de Medicina e fala sobre um “defeito da conduta
moral” de algumas crianças de temperamento violento, desenfreadamente
revoltadas, perversas, destrutivas, que não respondem a castigos,
inquietas, perturbadoras, incapazes de manter a atenção e estudantes
problemáticos. Considera que tal comportamento não deriva da má criação
ou à “perversidade” de tais crianças, mas que existiria uma herança
biológica ou problema neurológico associado ao parto.
Entre 1930 e 1940 os pesquisadores passam a chamar a condição clínica descrita por
Still de “Disfunção Cerebral Mínima”. Aparecem as anfetaminas como
forma de tratar a hiperatividade. A partir da década de 1960 começam a
surgir outras definições para o distúrbio até que em 1994 a Associação
Psiquiátrica Americana decide denominar esta síndrome de “Transtorno do
Déficit de Atenção e/ou Hiperatividade” (TDAH) e a define como um
“padrão persistente de hiperatividade e/ou impulsividade, mais
freqüente e severo que o habitualmente observado em indivíduos com
nível de desenvolvimento comparável”.
Mabel Condemarin, mestre em Ciências da Educação na Pontifícia Universidade Católica do Chile,
publicou em 2004 seu livro sobre TDAH em que afirma que “a revisão
bibliográfica do TDAH inclui crianças denominadas índigo, cuja
classificação ainda não foi suficientemente documentada pela
investigação”. Segundo ela (e outros vários autores) os traços
denominados “índigo” coincidem bastante com os do TDAH. As crianças com
características índigo costumam serem oposicionistas, exibem
dificuldades de atenção e concentração e um estilo próprio de
aprendizado que pode parecer uma dificuldade.
Esta autora também concluiu que “independentemente do fato de que afirmar
cientificamente a existência de crianças índigo (ou de qualquer outro
tipo) em termos de sua aura é algo bastante aventuroso e resiste a
poucas análises, este tipo de afirmação permite destacar
características das crianças com TDAH que (tanto quanto as crianças
índigo) se relacionam com o fato de se comportarem de maneira diferente
do resto, e também com o fato de que têm capacidades – como, por
exemplo, sua criatividade – que podem não ser valorizadas por estarem
ocultas sob comportamentos disruptivos e menos adaptativas”.
Também no ano de 2004 o médico José Maria Moyano Walker, diretor do Centro de
Estudos sobre Déficit de Atenção Infantil de Buenos Aires publica o
livro “ADHD: Enfermos o Singulares?”, onde afirma que tanto as crianças
índigo quanto as crianças portadoras de TDAH compartilham o fato de
serem singulares ou diferentes das crianças típicas. De fato, o Dr.
Moyano chega a afirmar que existe uma vinculação muito grande entre o
TDAH e os índigos; esta seria uma forma de se expressar das crianças
índigo quando não são compreendidas.
“O que aconteceria se você viesse para um mundo sabendo quem era, com uma sensação de pertencer a
uma família, e depois ninguém o reconhecesse e ainda por cima lhe
tratasse como se fosse um inútil, em vez de uma criatura da realeza?
Além disso, o que aconteceria se você fosse uma criança passando por
esta experiência e não pudesse fazer nada a respeito? Seu intelecto não
poderia explicar o que está errado. A resposta, lamento dizer, é o
transtorno do déficit de atenção ou transtorno hiperativo de
deficiência de atenção (ADHD). Estas crianças se “ausentariam” da
realidade imergindo em seu próprio mundo, fora-do-seu-corpo para poder
existir, ou fariam exatamente o contrário, ou seja, bateriam contra as
paredes para fugir da realidade de suas vidas e assim tentar obter
ajuda”, refere o autor.
Eu acredito que estes autores trabalhando em outros países encontraram os mesmos resultados que
Egidio Vecchio encontrou trabalhando no Brasil. Radicado no nosso país
desde 1972, era argentino, doutor em psicologia, psicopedagogia e
psicologia clínica pela Universidade John F. Kennedy na Argentina. Com
a terapeuta Ana Luíza S. Conceição criou o Portal do Índigo e a Escola
Brasileira de Reiki, em Porto Alegre. No Brasil foi o responsável pela
introdução da Análise Transacional de Eric Berne.
O grupo de trabalho do Portal do Índigo procura seguir as orientações passadas por
Dr. Egídio no entendimento dos índigos, bem como de todas as crianças.
Usamos os conceitos da Pedagogia de Valores que Dr. Egídio nos deixou.
Além disso, trabalhamos com o conceito das inteligências múltiplas de
Gardner e Goleman e das pedagogias Waldorf e Montessori no entendimento
destas questões.
Segundo nosso entendimento, os índigos possuem um modo diverso de processar a informação, são extraordinariamente
intuitivos e tem uma elevada capacidade associativa. Compartilham com o
TDAH as dificuldades de concentração, a inquietação e a tendência a
serem oposicionistas. Mas, diferentemente das crianças com TDAH sua
auto estima é alta. Além disso, estas crianças têm características mais
sutis, tal como a sensação de merecerem estar aqui e se surpreendem
quando outros não compartilham isso.
Os índigos não aceitam uma autoridade absoluta. As normas devem ser-lhes explicadas e elas devem
compreender as razões por que devem obedecer. Nesse sentido,
realizam-se “contratos” entre elas e os educadores e pais no
cumprimento das tarefas rotineiras. Quando estas tarefas não implicam
desafio algum para elas frustram-se e com frequência encontram formas
melhores e mais criativas de fazer as coisas. Isso as faz parecerem
rebeldes, oposicionistas e inconformadas com qualquer sistema. Se não
há outras pessoas com um nível de consciência similar, que compartilhem
os seus valores, frequentemente tornam-se introvertidas, ou
“enconchadas”. Daí a necessidade de criarmos condições de compreender
melhor estas crianças e nos tornarmos facilitadores do seu processo de
maturação física e emocional.
Por Dr. Luis Eduardo Zamprogna.
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