Função Transcendente André Louro de Almeida
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A pacificação de um ser, o encontro com a Paz, sendo um encontro consigo mesmo, não é necessário acrescentar nenhuma complexidade. Aos olhos de um todo é tão simples, natural e imediato quanto ver, ouvir, respirar, cozinhar, correr, rir.
E por mais voltas que a minha generosidade existencial dê, por mais trânsitos, por mais internacionalismo que esta cabeça crie, por mais movimentos em muitas direcções, por mais díspares que sejam as minhas investigações, tudo está destinado a esvaziar-se se o encontro comigo mesmo, a primeira e a mais fundamental das operações espirituais, não acontece.
Tudo o que eu faço, tudo o que eu teço, para onde eu vou, os meus actos, as marcas que eu deixo, as causas e os efeitos, se o encontro comigo próprio não está presente, as relações esvaziam-se.
Sem o encontro consigo próprio, sem essa pacificação sistemática, não importa o que se coloque na bacia psíquica, desaparece, ao ponto de o indivíduo nem assim conseguir saborear, perceber o que tem.
Os pinheiros curvam-se ao vento, as crianças jogam à bola, os seres humanos encontram-se consigo mesmos.
É um mandato, faz parte da lógica, da estrutura do Universo.
O Universo não pode sustentar-nos se esse encontro não existir pois o indivíduo vai-se tornando uma ficção, vai-se descentrando do grande elevador dos mundos e quanto mais longe nós estamos da energia crística, mais ficção somos.
Somos ficções dentro de ficções, dentro de ficções, dentro de ficções, somos virtuais até ao ponto em que chegam os psicólogos que dizem que uma pessoa tem 5 ou 6 subpersonalidades porque são vários filmes que ele está a realizar ao mesmo tempo.
A única forma que o indivíduo tem de se tornar real, de ser ele, é esse exalar da tensão para com a vida e o inalar de uma confiança profunda para com a vida, cujo ponto de aplicação, para nós, é o EU SUPERIOR e esta operação de regeneração do estado psíquico é a base da existência.
Os fundamentos da existência não são biológicos, bioquímicos, neurológicos ou mesmo sociais e culturais, essas coisas existem para que a existência possa desenvolver-se, mas, para eu existir, eu preciso de me encontrar com o Eu Superior.
O raio que rege a personalidade necessita de se sincronizar com o raio que rege o ser. Este acto simples de exalar o medo, deixar a tensão ir com a respiração, este acto simples de exalar a desconfiança para com a existência e inalar a presença do ser interno, este encontro connosco próprios é a base.
Para que um indivíduo possa encontrar-se consigo mesmo, ele precisa de perder-se muito e algumas pessoas que ainda não chegaram, talvez, a esse exercício simples de sentar-se e Ser, sentar-se e ajustar-se a si, é porque ainda não se perderam o suficiente. Este acto é o ponto de partida de todos os significados.
Se eu tenho esta combinação de paixão e candura, de perversidade e inocência na dose certa para me unir ao centro do meu ser, um dia tem, pelo menos, 7 portas diferentes: uma porta vai plasmar o dia, praticamente, em rotinas mecânicas; outra porta vai qualificar o dia como uma contínua troca de material emocional; outra porta coloca-te já no ponto de controle médio, mas o dia é passado na mente.
Agora, se eu logo de manhã faço este trabalho de exalar o medo, o pessimismo, expulsar o que parece que é mas que está só a ocupar o lugar do ser, se eu consigo fazer isto sem tensão, de expulsar a tensão, dispensar a compressão e inspirar a Presença (isto não tem a ver com respiração, tem a ver com a respiração da psique, cá dentro, no fundo de nós), eu abro a quarta porta que é a porta que me vai fazer viver o dia a partir de uma mistura de cumplicidade e de emaravilhamento para com o que quer que as correntes tragam até ao meu barco.
Não existe paz fora deste encontro, existem compensações e alívios mas paz é o que acontece quando um indivíduo pára de inventar remédios para uma doença cósmica que não tem cura, ou seja, cuja cura às vezes é simplesmente sentar-se e encontrar-se consigo próprio, reafirmar-se na sua qualidade principal, EU SOU. Quando isto é vibrado com consciência, isto é um ajuste com forças de tracção cósmicas imensas.
Antes de qualquer conquista tu tens que te conquistar a ti próprio. Quando uma pessoa faz isto, há uma pacificação em todos os níveis, inaugura-se um espaço criador dentro dele que é a cápsula dentro da qual eu posso viver o dia.
Antes que uma pessoa possa ser curada é necessário fazer uma coisa que a maior parte dos terapeutas consciencializa pouco. Sempre que uma pessoa em desarmonia se aproxima de ti, como terapeuta, em busca de uma cura, antes que qualquer aplicação fitoterapêutica, balsâmica, aromática, transmissão de energia através das mãos, existe uma pergunta muito simples, tão simples quanto isto que estamos a descrever, que é o encontrarmo-nos connosco próprios, a menos que ele esteja num grau magnético tão baixo que ele seja absolutamente remoto em relação à evidência desta vibração ácida, lúcida, benigna e amorosa que existe dentro de nós que é a presença do ser.
Mas o terapeuta deve perguntar ao paciente: “Tu queres ficar curado? Tu queres mudar?” E esta pergunta é muito esquecida em terapia e ela tem de ser colocada, antes de qualquer sessão, de uma forma muito consciente, porque se ele não quer, é só a superfície da consciência dele que está incomodada com a dor, com a desarmonia.
As terapias alternativas, que são o portal para as terapias profundas, que depois são o portal para a cura cósmica, estas terapias são um impasse, um paliativo superficial, se a pessoa que vai receber o que quer que seja não traz para a consciência, de facto, o que ela quer mudar, o que ela quer que vibre mais de acordo com um padrão vibratório mais harmonioso.
Pode acontecer ao fazer a pergunta “mas tu queres mudar?” a outra pessoa responder: “Sim” mas este sim não vale nada! É focal, mecânico, vital... como se ela usasse o último bocadinho de ar que ainda tinha nos pulmões depois de terminar uma frase para dizer “sim, dava-me jeito melhorar”. Isso não existe.
E depois vocês têm que perguntar: “Desculpa, não ouviste bem, eu perguntei se tu queres de facto ficar curado, se tu queres sair daí”. Aí ele percebe que a pergunta é a sério e diz que sim. E este segundo sim ainda não é real. Então tu ficas uns 10 segundos em silêncio e depois perguntas: “Tu queres mesmo ficar curado ou vamos ambos perder o nosso tempo?”. Aqui já entramos numa atmosfera desagradável e, finalmente, a pessoa responde. É à terceira vez que a pessoa toma consciência que estava em transe, até na vontade de se curar.
A penetração da energia superior sobre o complexo pessoa (físico-vital, emocional e mental) de um ser não tem comparação quando o indivíduo receptor quer mesmo viver a transformação.
Às vezes o bloqueio que os terapeutas encontram está no inconsciente do doente. O consciente disse que sim mas algures no semi consciente aquilo é o sim e o não, e no inconsciente ainda está lá “não, eu não quero mudar”.
Isso que é válido no mundo da terapia é mais válido ainda no mundo da identidade, no mundo da evolução da imagem do eu dentro de nós.
Nós temos uma imagem que está destinada a ser substituída por 4 grandes hieroglifos divinos, antropomórficos que escondem fogos sagrados e que são a imagem sagrada de nós mesmos nos planos superiores.
São a imagem de um ser plenamente discriminativo, crítico, amoroso, lúcido e com uma velocidade de escape razoável em relação à massa gravítica do senso comum, e esta capacidade de se libertar do passado tribal gera uma imagem que é a imagem do indivíduo pleno de um sucesso integral.
Esta é a imagem da individuação que sempre cria um sucesso firme onde o indivíduo é real (e um fracasso onde ele não é real) onde a alma determinou qualidades reais.
Este processo de tornar-se si mesmo e afastar-se dessa força de gravidade, é antecedido por uma imagem de nós como seres humanos realizados, personalidades bem recortadas em relação ao pano de fundo de toda a gente e essa originalidade, esse acto cultural e essa invenção criadora de si próprio, vai fundindo os 3 raios da personalidade: as energias que regem os corpos físico, astral e mental. Estas 3 forças não conseguem fundir-se enquanto a pessoa é filha de alguma coisa em excesso e pouco pai/mãe de si próprio.
As energias que compõem a personalidade não conseguem sincronizar-se nem fundir-se numa outra vibração enquanto o indivíduo é predominantemente filho de alguma coisa: do estado; da mãe; do trauma de infância; do lugar onde nasceu; do trabalho; da escola. Isto é, se ele é um subproduto em excesso de coisas que já cá estavam antes de ele nascer, os corpos estão constantemente disputados pelo status quo vibracional da civilização em que ele se encontra. Então existe uma terrível expropriação do direito de si.
“A terra a quem a trabalha”, “a personalidade a quem a reside” porque senão o indivíduo tem a personalidade esmagada num latifundio que é a matriz que modela, de forma científica, os comportamentos colectivos.
Existe uma relação clara entre liberdade expressa, integridade e individuação. Então as pessoas às vezes dizem: Ó porta onde estás tu? Ó passagem que não te encontro. Ó barca que não chegas. Ó anjo que não falas. Ó Deus cego que não me ouves. Onde está a passagem para o reino da luz?
As passagens são sempre electromagnéticas, são sempre ajustes entre campos vibratórios cósmicos. Quando duas entidades vibráteis: uma que domina todo o plano da consciência planetária superior e um grupinho esotérico que vai de carrinho até Sintra, quando elas se sincronizam, abre-se um portal e os portais têm 7 níveis de abertura: tem um nível que é energia, orvalho que desce sobre a mónada, porque a primeira coisa que o portal faz é activar o plano monádico na pessoa.
Quando o indivíduo se desloca à zona ou está internamente em ressonância com a zona, é como se agulha de hierofante fizesse ali um ponto de aplicação na mónada, no ser, no Eu Sou e a mónada começa a aumentar a sua irradiação – 1º nível.
O indivíduo só atravessa o portal fisicamente quando a energia atinge a base da coluna vertebral, o mecanismo electromagnético de sustentação da vida celular...
A Vida é a mónada. É a Vida que se derrama e atravessa o teu ser. Tu és um transmissor de Vida na medida em que a mónada vibra e está e é.
A alma trata da qualidade das coisas.
A personalidade trata das coordenadas das coisas.
Eu tenho que olhar para a minha vida com muita honestidade e ver onde é que o meu processo de individuação está travado.
O processo de individuação que é a construção de si à imagem de uma intuição muito brilhante acerca do indivíduo livre, porque iniciação é indivíduo liberto, tem a ver com libertação.
Individuação tem a ver com liberdade. A identificação suprema acontece no plano da transfiguração.
Temos aqui 3 imagens de nós próprios. Um dos trabalhos fundamentais é eu respirar para fora de mim todo o medo em relação à vida. Quando eu expiro essa contracção, essa desconfiança crónica e ganho confiança pela inspiração e ao mesmo tempo me mantenho centrado em mim mesmo, de forma a que o canal da alma esteja ali vibrando, quando eu faço isto, ao mesmo tempo eu preciso de ver que tenho uma perna amarrada a uma parede. E há um momento certo para se libertar daquela parede.
Existe uma diferença entre harmonia e prisão e temos que ver, dentro dos vários contentores aos quais nos ajustamos (profissionais, legais, económicos, familiares, conjugais) onde é que nos estamos a vender e onde é que estamos, realmente, a produzir um diálogo criativo ao qual se chama Harmonia.
O mundo dos sonhos traz-nos símbolos destas prisões, mostra-nos que aquilo que parece uma coisa, de facto, é uma prisão.
A pergunta “Eu quero-me libertar?” deve ser feita do indivíduo para si próprio. É difícil definir inclusive o que é que nos prende, ainda que para certas pessoas está mesmo à frente da cara.
Então eu preciso fazer esta pergunta: “Eu quero fazer o processo de individuação? Eu estou aberto a uma revolução que vem do inconsciente profundo e que auxiliares secretos do meu próprio inconsciente venham em meu auxílio (o guerreiro, o sábio, o mago, o hierofante, a papisa, a morte – os arquétipos) e se um arquétipo se instalar na minha vida eu quero mesmo a sua acção?” E depois vem uma voz cósmica que diz: “Tudo o que é importante para a tua harmonia não te será retirado, mas serás liberto de tudo o que é opaco em relação a ti próprio”.
Como eu não tenho clarividência para ver o que é opaco e o que é essencial, então eu tenho que dizer: “Seja feita a tua vontade”.
O ser humano só avança efectivamente quando atinge um novo ponto de harmonia, uma nova estabilidade consagrada, quando ele inventou para si, a partir de dentro, uma função integradora de todos os aspectos da psique, aquilo que Jung chamava “a função transcendente”.
Nós temos uma função espiritual, uma função física, uma função psico-afectiva e uma função intelectual que são as funções fundamentais do ser humano e há uma quinta que é a função transcendente.
A capacidade e a dinâmica de gerar essa função transcendente obriga-nos a sermos únicos e cada dinamização dessa autoria, dessa qualidade, mexe com os portais no plano etérico.
O que nós estamos a fazer aqui é ganhar ginástica, elasticidade, humildade, técnica de aproximação, reconhecimento das escalas, porque se estas coisas forem bem desenvolvidas em nós, o foco passa a ser o Amor que é irradiado pelo coração de uma forma pura. O foco passa a ser “eu sou esta harmonia”, como se pudéssemos dizer: “eu sou um avatar da harmonia” É que tu és mesmo um avatar da harmonia porque a Humanidade veio para criar a Harmonia divina na Terra.
Nós estamos a viver uma aceleração da nossa vida astral, mental e psíquica ao ponto de numa semana vivermos o que antes vivíamos em meses, de forma a que as grandes cordas fiquem absolutamente isoladas, de forma a que uma pessoa possa olhar e dizer: “É isto, isto e isto.” O processo de individuação implica uma combinação entre a humildade de reconhecer os pontos que nos fixam ao passado e uma invocação simultânea do que somos no futuro.
Para ser claro, do olho de um deus são emanados espelhos que transportam a identidade desse deus até aos confins inferiores (em vibração) da Criação. Uma vez essas lentes estabilizadas, o próprio olho envia um raio visual no centro das lentes. Esse raio visual está saturado da totalidade desse deus.
Um deus olha através de um retrotelescópio para a matéria. E quando ele olha derrama-se inteiro nas lentes. Esse raio visual, à medida que atravessa cada lente, vai deixando parte da sua luz defractada na lente, o resto continua. Na 2ª lente parte da luz fica lá, o resto continua. Na 3ª lente parte fica, até que há um pouco de deus que chega aqui e isso somos nós.
No caminho de retorno é o caminho de retorno ao deus do qual nós somos um raio visual. Nesse caminho tu vais sendo reassimilado pelas imagens sagradas desse deus que ficaram ao longo das lentes da Criação.
Tu vais sendo absorvido numa nova imagem que é o mesmo tu com mais alguns factores, depois sobes e encontras-te a ti com mais ainda que ficaram na mente acima e só existem 24 seres.
À medida que vamos subindo vamos sendo integrados a entidades já pré existentes a nós. Por isso é que João Baptista diz: “Eu devo homenagem a Este porque Este já era antes de eu ser”, até que Jesus diz: “Antes de o mundo ser eu já era”.
Existem uns que já eram antes de tu seres e esses princípios são partes do teu ser que já eram antes que tu viesses às vidas planetárias. É como um raio de luz feito de muitos feixes que vai perdendo feixes em cada lente, até que um mais poderoso consegue atravessar e instalar-se aqui – a mónada – e depois existem os outros todos à tua espera e que são tu, são o mesmo raio visual, o mesmo deus.
E do ponto de vista do Trono desta galáxia, existem 24, é como se as famílias monádicas todas descendem dos 24 olhos sagrados em torno do Trono.
A individuação é só a primeira entidade que está à tua espera. Tu podes dizer: “Eu uso a minha mente de uma forma livre” e quando se diz: “Mas como é que eu faço?” Cria, inventa a existência, envolve-te na função transcendente porque as funções: espiritual, mental, emocional, afectiva, psico-afectiva, física estão todas garantidas.
A função transcendente é uma síntese de todas as outras funções, e o que é dito é que a individuação faz-se através do cultivar da função transcendente, o que não significa que, para uma pessoa que reprimiu imenso o seu corpo físico em duas vidas antes, expandir o corpo físico até parece uma coisa transcendente, porque em termos de equilíbrio, é esse o que está bloqueado.
Assim como para uma pessoa que foi privada de educação por motivos relativamente injustos numa vida anterior, o acesso livre a uma biblioteca pode ser uma experiência de expansão e parece transcendente. Qualquer aspecto confirma a necessidade dos outros serem activados. Se uma função expande à custa da outra dá-se a atrofia de um aspecto com a expansão do outro.
A função transcendente é o resultado de um cultivo equilibrado de todas as outras.
Neste momento o ser humano já está preparado para a individuação. Muitos seres humanos estão prontos para começar a sentir o poder dessa função unificadora, que faz que tu estejas fazendo uma coisa e todas as outras vibram ao mesmo tempo.
Eu estou a ter uma experiência emocional profunda com alguém, ou com uma árvore, ou com uma tela, e o meu físico e o meu emocional estão a vibrar intensamente, a mente está expandida assim como a consciência espiritual. Esta é a função transcendente.
Quando o Mestre Tibetano usa a expressão “Integração da personalidade”, ele está a falar de um raio que transcende os outros todos. Isso começa a libertar-te totalmente do campo gravitacional do comportamento colectivo. Tu estás a criar um comportamento original.
Uma vez a função transcendente expandida, as iniciações 2, 3 e 4 ficam bem abertas à nossa frente.
27/1/2006
Transcrição de Alice Jorge
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