Anjo de Luz

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“Bem-Aventurados os Mansos...” Indício infalível da verdadeira auto-realização é a mansidão. O homem que encontrou o seu Eu divino é necessariamente manso. Em que consiste a mansidão? Consiste na desistência de qualquer violência, física como mental, e sua substituição pela do espírito. Todos os seres que não atingiram a consciência espiritual recorrem à violência para conseguirem os seus fins.


Os irracionais só conhecem violência material. O homem, depois de intelectualizado, descobriu outro tipo de violência muito mais eficiente, que é a violência mental, violência essa que tem muitos nomes entre os homens; uns lhe chamam astúcia, outros sagacidade, outros ainda política, diplomacia, exploração, etc. No fundo, porém, é invariavelmente o mesmo: são certos argumentos analíticos de que a inteligência se serve para conseguir os seus fins próprios da personalidade do ego.


Entretanto, no estágio atual da sua evolução, nada pode o homem comum fazer de positivo só com a sua força mental; necessita de exercer impacto mental sobre os fenômenos materiais necessita de aplicar a sua energia intelectual à matéria. Existe, todavia, uma classe de seres — e também há representantes entre os homens que não necessitam de máquinas e aparelhos físicos para realizarem as suas concepções mentais: servem-se das forças astrais, invisíveis ao comum dos homens, porém, muito mais eficientes que os fenômenos materiais.


Esses são os magos, os reis da magia mental. O maior dos magos mentais que a história conhece foi, provavelmente, aquele homem estranho chamado Mose, ou Moisés, em cujas veias corria sangue hebreu e talvez egípcio — que foi iniciado em toda a sabedoria dos egípcios no palácio do faraó, e que atingiu o auge da magia mental durante os 40 anos que viveu, como pastor, na silenciosa solidão das estepes da Arábia. Para libertar o seu povo da opressão dos faraós do Egito, não recorreu à violência física, como aliás havia tentado quarenta anos antes, mas apelou para as terríveis armas invisíveis da magia mental, fulminando contra o Egito as dez pragas, que terminaram com a morte de todos os primogênitos do país. É esta a violência máxima a que o homem pode chegar, as forças do mundo astral, teleguiadas pela inteligência humana.


O comum da nossa humanidade está bem longe dessa conquista, a que ela chegará um dia. E será, então, que a nossa força mental desencadeará sobre a humanidade a mais tremenda tempestade de catástrofes, se não integrar essa força no domínio superior da razão espiritual. Quando, porém, o homem avança notavelmente no caminho da sua evolução superior, compreende ele que toda a violência física e mental, sem excetuar a mais alta magia mental, é sinal de fraqueza. Quando o homem descobre em si as potências divinas, desiste definitivamente de toda e qualquer espécie de violência física e mental.


Não mais confia em máquinas e aparelhos materiais manobrados pela força do intelecto, nem recorre às energias do mundo astral para conseguir efeitos de magia mental a atuarem sobre o mundo visível. 18

Todos esses tipos de violência pertencem ao plano horizontal das quantidades, que não são reais, mas ilusórias. O homem profano não tem olhos assaz apurados para ver que tudo quanto o homem tem, na zona dos objetos, não é decisivo para sua verdadeira realização e felicidade. Decisivo é somente aquilo que ele é, no plano vertical. Esse seu verdadeiro «ser‖, porém, não pode ser realizado por nenhuma espécie de violência, que é do mundo das quantidades, mas tão somente pela mansidão, que é o característico do mundo da qualidade, do qual faz parte integrante o nosso ―ser‖.


Uma vez descoberta em si, essa força suprema, repugna ao homem recorrer a qualquer força inferior, já que a suprema força do Universo está a seu dispor. Quem pode lançar mão de uma força igual a 100 não vê razão para recorrer a forças iguais a 1 ou 2. Nenhum soldado ou oficial da Era Atômica sairá ao campo de batalha armado de arco e flecha, ou de uma primitiva dava de pau ou de pedra, como os povos primitivos. Nenhum homem adulto sensato passará o seu tempo a brincar com bonecas de celulóide, soldadinhos de chumbo ou aviõezinhos de plástico.


Para o profano, o inexperiente, a violência física, astral ou mental são as forças por excelência supremas e únicas do mundo, porque ignora as forças espirituais. Ouviu dizer, é verdade, que existe um mundo que se orienta unicamente por forças espirituais, e esse homem profano talvez creia nesse mundo e nessas forças; mas o simples crer não descobre a ―energia nuclear‖ do espírito que forma a intima essência do homem. Não basta a aceitação de um artigo de fé, é necessária a experiência direta da realidade última. O homem auto-realizado descobriu a essência de si mesmo e de todas as coisas, essência essa que é imaterial, e por isso não mais o interessam as aparências periféricas, que os profanos consideram realidades. Por isso, o agir do iniciado é totalmente diferente do profano.


Não corre freneticamente atrás dos efeitos ilusórios, mas apodera-se tranqüilamente da causa real de todas as coisas. Crea dentro de si mesmo uma espécie de ―centro de sucção‖ (desculpe a comparação primitiva!), espécie de vácuo; em virtude dessa vacuidade estabelecida e mantida voluntariamente, todas as plenitudes, mesmo as da vida presente, são ―sugadas‖ ou atraídas para esse homem De dentro do seu centro dinâmico e silencioso, domina ele todas as periferias. Ele é silenciosamente poderoso, quando outros são ruidosamente fracos, embora se tenham em conta de fortes.


Esse homem sabe por experiência própria que ―todas as coisas são dadas de acréscimo‖ àquele que ―em primeiro lugar busca o reino de Deus e sua justiça‖. Isto ele não crê, isto ele sabe, porque vive cada dia essa grande verdade. E ele também descobriu o segredo - ia quase dizendo, a técnica dessa força cósmica. Por isto, não há para o homem manso de coração motivo algum para recorrer à fraqueza da violência brutal, quando ele possui a força da suavidade e benevolência espiritual. *


O que, à primeira vista, causa estranheza nessa bem-aventurança é a promessa de que os mansos possuirão (ou herdarão) a ―terra‖. Harmoniza com as palavras dos livros sacros de que, um dia, o reino de Deus será proclamado ―sobre a face da terra‖, porque, na plenitude dos tempos, haverá um ‗novo céu e uma nova terra‖. A humanidade imperfeita que agora habita esta terra com 19

suas vibrações baixas e pesadas terá de passar por muitos estágios de evolu-ção, em outros mundos, outros planetas ou nos espaços intersiderais, e, após longos milênios de experiências e sofrimentos, voltará ela, purificada e com outras vibrações, a habitar esta terra, transformada em um habitáculo de seres puros. Esses homens puros serão ―mansos‖, isto é, não violentos; nada farão por meio de força bruta, tudo farão com força espiritual.


O espírito da força será substituído pela força do espírito. E os que, já agora, assumirem essa atitude de não violência (ahimsa, diria Gandhi) serão os legítimos herdeiros e possuidores desta terra, da qual já estão tomando posse na vida presente. O espírito da força realiza uma posse temporária, efêmera, como aliás mostra a história da humanidade, ao passo que a força do espírito realiza uma posse permanente e durável. Onde estão as conquistas violentas de Alexandre Magno, de Júlio César, de Gengis-Khan, de Napoleão, de Hitler, Mussolini e outros adeptos da força bruta? Entretanto, as conquistas feitas pela irresistível suavidade do espírito da mansidão e do amor, como as de Jesus Cristo, de Francisco de Assis, de Mahatma Gandhi e outros continuam em milhares e milhões de almas humanas. Violenta non durante*, diziam os antigos pensadores romanos; as coisas violentas não duram — as coisas suaves têm duração garantida, embora a sua atuação inicial seja, quase sempre, lenta e quase imperceptível.


Uma bomba atômica destrói uma cidade inteira em poucos segundos, ao passo que uma semente viva leva séculos inteiros para construir uma árvore no seio da floresta. Aqui, a força suave da vida — acolá a força brutal da morte. De resto, mesmo agora, não é exato que os violentos, física ou mentalmente, possuam a terra, como parece à primeira vista. Possuir não é agarrar, segurar, isolar violentamente um objeto; esse modo de possuir é totalmente ilusório e meramente aparente, como tudo que é violento e compulsório. Quem não possui o coração, a alma, a simpatia, o amor de uma pessoa não possui esse ser, ainda que o abrace, coloque em sua casa e encerre em uma cadeia. Ninguém pode possuir realmente aquilo de que ele é possuido — só pode possuir aquilo de que ele é livre, contanto que o afirme com a misteriosa força do amor e da benevolência. Arrebatar e segurar violentamente um objeto é o mesmo que não possuir esse objeto. Só a suavidade do amor é que torna o objeto possuível.


A verdadeira posse supõe espontaneidade bilateral da parte do possuidor e do possuído. Se o possuidor se apodera violentamente * Frase latina que quer dizer: violência não duradoura. de um objeto, um ser qualquer, e se esse ser é por ele possuído compulsoriamente, sem ou contra sua vontade — então esse homem não possui realmente esse ser, porque ele não é possuível.


Há auras anônimas e imponderáveis que envolvem e penetram o homem espiritual, auras que atuam com suave intensidade sobre outros homens, e até sobre os objetos circunjacentes. Ninguém imita a vida de um homem que não lhe seja simpático. Simpatia, porém, é uma emanação da verdade e do amor. É fato multimilenar que os homens que mais realizam em si a força do espírito do que o espírito da força são credores do amor, da simpatia e entusiástica dedicação dos melhores dentre os filhos dos homens.

E quem possui a alma, o coração, o amor de alguém possui, também, o 20

corpo dele e todas as coisas que ele possui. Esta sabedoria cósmica que proclama a posse do mundo e dos homens pela suavidade do amor e da benevolência, pela não violência e não agressivi-dade, é privilégio de poucos homens da atual geração.


Os violentos ainda predominam entre nós, e têm-se em conta de senhores da terra; mas o seu domínio é fictício e ilusório. Os poucos mansos que existem são mais possuidores da terra do que os numerosos violentos, os insolentes, os impertinentes, os tiranos, os ditadores. Essa promessa de Jesus, de que os mansos possuirão a terra, parece tão estranhamente paradoxal e contrária a todas as nossas experiências, que julgamos necessário investigar um pouco mais o conceito de ―possuir. Podem os violentos conquistar a terra, apoderarse dela à força de armas e carnificinas — mas eles nunca possuirão a terra, e menos ainda os homens da terra. O verdadeiro ―possuidor‖ não é um ato físico, material, mas uma atitude metafísica, espiritual.


O verdadeiro ―possuidor‖ é do mundo do ―ser interno‖ e não do mundo do ―ter externo‖. O profano pensa que possui algo ou alguém quando o tem preso nas mãos ou por detrás de grades de ferro — mas o iniciado sabe que ―possuir‖ supõe ―ser‖, e até uma atitude de ―ser‖ bilateral, da parte do possuidor e da parte do possuído. Enquanto o pretenso possuidor possui o seu objeto ou uma pessoa, esse algo ou alguém não é por ele possuido realmente enquanto a posse é unilateral, porque possuir realmente supõe uma atitude bilateral da parte do possuidor e da parte do possuído; e, neste caso também o possuido (passivo) se torna um possuidor (ativo). Ninguém pode possuir algo ou alguém enquanto esse algo ou alguém não concorda em ser possuído; mas, a partir do momento em que consente em ser possuído, o possuidor o possui realmente, porque também o possuído se tornou um possuidor, e há igualdade de posse de parte a parte.


Por esta mesma razão, nenhum homem pode possuir realmente um objeto inconsciente, coisas inanimadas, objetos neutros, porque este algo, embora não possa discordar explicitamente da possessão, ou do possuimento, — porque para esse protesto explícito lhe falta a necessária consciência — contudo, esse objeto não é realmente possuído pelo possuidor porque não deu o seu consentimento em ser possuído.


Supomos, neste caso, que haja objetos inconscientes, e por isso em estado neutro em face do possuimento humano; mas não é bem exato, porque não há nada realmente inconsciente. Todo e qualquer objeto, mesmo do mundo mineral, tem certo grau de consciência, e pode, até certo ponto, não concordar em ser possuído pelo homem. E como, no plano da intelectualidade não espiritualizada, o homem é essencialmente inimigo da Natureza, nenhum ser da Natureza concorda, de fato, em ser possuído por ele, porque o homem mental é o homem profano e hostil.


Pode, certamente, uma escrava ser possuída fisicamente por seu tirânico senhor, mas, enquanto ela é escrava, e não amiga, esse senhor não a possui realmente, embora a tenha conquistado, tomado de assalto, violentado, estuprado; o íntimo quê, o verdadeiro Eu, da escrava continua livre, não possuído, pelo pseudopossuidor. Só se pode possuir algo ou alguém pelo amor mútuo, bilateral, espontâneo, quando ao ―sim‖ de um responde o ―sim‖ do outro.

Compreendemos facilmente que uma pessoa possa sintonizar as suas vibrações pela freqüência vibratória de outra pessoa — mas dificilmente admi-timos que uma coisa inanimada e inconsciente como a terra ou a natureza, 21

possam sintonizar a sua vibração com a do homem. Poderá ela concordar ou discordar em ser por ele possuída ou não? Aqui é que está um dos velhos erros do homem profano de todos os tempos e de todas as idades: pensar que a natureza infra-humana, falsamente chamada inconsciente, não sinta as auras irradiadas pelo homem.


Como se a natureza fosse uma massa morta, e não uma presença viva!... Está provado, com milhares de exemplos, que a natureza, mesmo mineral, reage às invisíveis e variáveis irradiações do homem, que ela assume atitude negativa ou positiva, hostil ou amiga, em face do homem , consoante a atmosfera interna do homem. Paramahansa Yogananda conta em seu livro Autobiografia de umyogui contemporâneo, daquele grande botânico da Califórnia, Lutero Burbank, que falava às flores e delas conseguia novas formas e cores, até o abandono de espinhos, por ―sugestão espiritual‖.


Paul Brunton, em sua obra A search in secret India, refere muitos casos congêneres, inclusive aquele em que um hindu tomou nos braços uma cobra venenosa e a acalmou plenamente com suas vibrações amigas. Uns anos atrás, referiu o ―Reader‘s Digest‖ o drama de um elefante furioso no Zoológico de Chicago, que, por indomável, ia ser morto a tiro, quando apareceu alguém que acalmou o animal, segredando-lhe ao ouvido vibrações carinhosas.

Toda a vida de São Francisco de Assis é uma afirmação permanente de que a natureza não é inconsciente e que compreende a linguagem do homem, quando esta deixa o plano teórico da análise mental e passa para a misteriosa zona vital ou espiritual. A zona do amor é a zona do superconsciente por ex-celência, porque, como diz Schweitzer, die Liebe ist die boechste Vernunit (o amor é a mais alta razão).


Não é fácil, ao homem comum, atingir os pináculos da suprema racionalidade pela ladeira íngreme da metafísica, e poucos conseguem escalar o ―Himalaia‖ por esse lado; mas é fácil ascender ao mais alto Everest da suprema racionalidade pelo caminho do amor. Amar incondicionalmente, é o caminho mais curto e rápido às alturas da compreensão integral e universal.

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Co-criando A NOVA TERRA

«Que os Santos Seres, cujos discípulos aspiramos ser, nos mostrem a luz que
buscamos e nos dêem a poderosa ajuda
de sua Compaixão e Sabedoria. Existe
um AMOR que transcende a toda compreensão e que mora nos corações
daqueles que vivem no Eterno. Há um
Poder que remove todas as coisas. É Ele que vive e se move em quem o Eu é Uno.
Que esse AMOR esteja conosco e que esse
PODER nos eleve até chegar onde o
Iniciador Único é invocado, até ver o Fulgor de Sua Estrela.
Que o AMOR e a bênção dos Santos Seres
se difunda nos mundos.
PAZ e AMOR a todos os Seres»

A lente que olha para um mundo material vê uma realidade, enquanto a lente que olha através do coração vê uma cena totalmente diferente, ainda que elas estejam olhando para o mesmo mundo. A lente que vocês escolherem determinará como experienciarão a sua realidade.

Oração ao Criador

“Amado Criador, eu invoco a sua sagrada e divina luz para fluir em meu ser e através de todo o meu ser agora. Permita-me aceitar uma vibração mais elevada de sua energia, do que eu experienciei anteriormente; envolva-me com as suas verdadeiras qualidades do amor incondicional, da aceitação e do equilíbrio. Permita-me amar a minha alma e a mim mesmo incondicionalmente, aceitando a verdade que existe em meu interior e ao meu redor. Auxilie-me a alcançar a minha iluminação espiritual a partir de um espaço de paz e de equilíbrio, em todos os momentos, promovendo a clareza em meu coração, mente e realidade.
Encoraje-me através da minha conexão profunda e segura e da energia de fluxo eterno do amor incondicional, do equilíbrio e da aceitação, a amar, aceitar e valorizar  todos os aspectos do Criador a minha volta, enquanto aceito a minha verdadeira jornada e missão na Terra.
Eu peço com intenções puras e verdadeiras que o amor incondicional, a aceitação e o equilíbrio do Criador, vibrem com poder na vibração da energia e na freqüência da Terra, de modo que estas qualidades sagradas possam se tornar as realidades de todos.
Eu peço que todas as energias e hábitos desnecessários, e falsas crenças em meu interior e ao meu redor, assim como na Terra e ao redor dela e de toda a humanidade, sejam agora permitidos a se dissolverem, guiados pela vontade do Criador. Permita que um amor que seja um poderoso curador e conforto para todos, penetre na Terra, na civilização e em meu ser agora. Grato e que assim seja.”

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