E com a mão ainda tateando o vazio, passei-a pelos cabelos, levando-a de seguida ao peito como que à procura de luz...
...o pensamento conduziu-a instintivamente ao coração...
É como se fosse em cada uma daquelas portas, a morada das fraquezas e virtudes humanas.
Em qual delas bateria?
Hoje recostar-me-ia ternamente no ombro da compreensão.
Como dói e corrói a sua ausência!
O sublime do ser humano é a capacidade de ver no outro a harmonia entre o pensar e o julgar.
É a capacidade de aceitar os opostos mesmo sem os compreender.
Mas também compreender que é na aceitação da diferença, que ele se distingue pela sua inteligência.
E a porta continuou fechada.
Pé ante pé, atravessei o corredor vazio e frio.
Entrei na casa de mim.
Pus-me à janela dos meus olhos.
Atravessei o cristalino que se deitou no meu jardim de defeitos e virtudes
E aceitei as rosas que os meus olhos compreensivos me ofereciam
E sorri.
Continuei o meu percurso em cogitações controversas
...As exigências não são mensuráveis
...o orgulho é impiedoso, implacável...
Só a humildade se irmana com a compreensão, na solidariedade dos opostos...
E será que me compreendo?
Afinal, que importa a compreensão de outrem se a não tiver para mim?
Sorri de novo.
Abracei as minhas rosas, inspirando profundamente o seu perfume.
E compreendi, aceitando, que rosas e pessoas têm perfumes diferentes mas igualmente inebriantes...
Inspirei de novo o aroma das rosas como se fossem pessoas!
Amei-as de igual forma!
Maravilhoso mundo este!
E...
Voltei a sorrir...
Manuela Barroso
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