O desolado

[ismael de almeida]

O desolado

 

Ismael de Almeida

“Desolação é a
palavra que melhor define o caminho trilhado pelo trabalhador da luz. O caminho
do servidor da humanidade é de profunda solidão.  O caminho do iniciado é mais solitário ainda.
O caminho de um salvador mundial é o mais solitário  de todos.  Vocês já consideraram a solidão do servidor da
vida?  Eles passam pela vida derramando
amor, recebendo espinhos em seus corações, e só 
são compreendidos centenas de anos depois de mortos.”  O Trabalho de Hercules. Alice A. Bailey. Pag.176-177.

O trabalhador da
luz  trabalha em silêncio,  enfrenta 
solidão, sofrimento e tristeza,  dá
tudo de sí para o bem da humanidade, frequentemente é desprezado, perseguido,
encarcerado e até morto. Ele é impessoal, ama sem limites,  está interessado no bem estar da humanidade.  O trabalhador da luz  tem de enfrentar o seu próprio inferno antes
de  atravesar o inferno universal, a dor
do mundo.         A sua impessoalidade o
faz incompreendido até pelos seus amigos e familiares,  que se voltam contra ele.

O trabalhador da luz
não busca vantagens para o “eu separado” mas busca servir desinteressadamente,  e mergulha no seu mundo interno buscando aquela
parte de si mesmo, que  transcende a
matéria, o anjo solar,  sua alma imortal.
Ele silencia quando os outros falam e fala quando percebe que pode ser útil ao
seu semelhante.

O trabalhador da
luz, vive para amar e ama para viver, 
faz da sua vida um altar de sacrificio, servindo a humanidade, em
silêncio, quietude e no anonimato.

O trabalhador da
vida considera a alma, como o bem mais precioso de sua existência, tanto quanto ainda,
se considera a personalidade mortal, a razão de ser do mundo atual.

O trabalhador da
luz, se esforça para fazer de seu corpo, canais para a energia espiritual, afim
de ajudar a humanidade a carregar a sua cruz.

“A alma, é
simbolizada pela constelação de CANIS MAJOR, o imortal mastim dos céus, aquele
que eternamente caça CANIS MINOR, ou a personalidade em encarnação física”A,A,B.

A alma buscando
redimir a personalidade, está representada pelo poema de FRANCIS THOMPSON , o
Mastim do Céu.

“Fugi dele,  dias e noites;

Fugi dele, ao longo
das arcadas dos anos;

Fugi dele descendo o
labirinto dos caminhos

De minha própria
mente; em meio as lágrimas,

E às risadas,
escondi-me dele.

Corri para as
esperanças avistadas;

E desci velozmente,
precipitando-me

Para as titânicas
sombras de medos abissais,

Fugindo dos
poderosos pés que me seguiam, seguiam.”

Neste belo poema
Thompson simbolisa as encarnações da alma na Terra, as lutas, sofrimentos,
anseios, esperanças, a personalidade sempre sendo caçada pela alma, e sempre
fugidia, enganada pela ilusão-fascinação.