O Reino do Céu está dentro de nós.

[Isabel Mendes]

Aplicação do ensinamento - A fonte da realidade está dentro de nós - ela é a nossa essência.
Aqui, Jesus aponta o caminho para dimensões ocultas, e não apenas para a noção convencional de Céu. Quando nos viramos para o nosso interior, apercebemo-nos de que existe actividade sob a forma de pensamentos e sentimentos. O nosso instinto é seguir a actividade que dá prazer e evitar aquela que provoca dor. No entanto, Jesus fala de uma realidade interior completamente diferente. A consciência escondida por trás dos nossos pensamentos é a consciência que sustenta toda a inteligência do universo. Ela é simultaneamente pessoal e colectiva. A pessoal é composta pelos nossos relacionamentos, e a colectiva é composta pelos mitos e arquétipos comuns a todas as culturas. Ambas as dimensões somos nós, e podemos começar a conectar as duas como uma ponte para o sagrado.

Exercício
Sente-se em silêncio quando tiver a oportunidade de estar sozinho e em sossego. Escolha uma oração com que se sinta à vontade - ou, melhor ainda, uma expressão significativa dessa oração. Geralmente, peço às pessoas para dizerem "Pai Nosso que estais no Céu", mas é possível que prefira "Avé Maria, cheia de graça". Repita as palavras para si mesmo em silêncio, deixando-as entrar naturalmente na sua consciência, à medida que elas se vão tornando mais suaves e mais profundas. Prossiga durante cinco minutos, no mínimo, e vinte minutos no máximo. Este tipo de repetição sagrada é comum a todas as tradições religiosas.
Quando abrir os olhos, deixe o seu olhar pousar numa imagem sacra, como um ícone, uma imagem de Jesus, uma estátua de Maria. Peça a essa figura que se incorpore através de si. Sinta suavemente essa ligação. Não force nada, limite-se a colocar a intenção de que o arquétipo de Cristo, Maria ou um santo escolhido por si se funda com o seu ser. Algumas pessoas recorrem a anjos com este propósito, o que é o mesmo que pedir para se ser alcançado pela essência de Deus.
Agora contemple as qualidades específicas que desejar, como o amor, a compaixão ou o perdão. Trata-se de energias arquetípicas que o leitor está a pedir para exprimir através dos seus pensamentos, emoções e actos. Ao invocar o seu arquétipo superior, dará por si a pensar e a fazer coisas que nunca teria esperado da pessoa que pensava conhecer. Embora Jesus se refira a Deus como o Pai, o espírito não tem limitações de género. Tal como os gnósticos, pode conceber Deus como sendo feminino ou, inclusivamente, como tendo ambos os géneros.
Este exercício serve para remover a limitação artificial entre o eu-ego isolado e o eu superior.

Dr. Deepak Chopra