Graças ao fisiologismo da Câmara dos deputados, pelo o que tudo indica, o futuro da  água e biodiversidade brasileira estará, literalmente, nas mãos da Presidente Dilma nos próximos dias. Os dois elementos – água e biodiversidade – hoje considerados em escala internacional questão de segurança nacional para o atual século, podem simplesmente ser inviabilizados no Brasil, paradoxalmente o País mais rico em ambos. Decisões sérias estão sendo tomadas por pessoas que não conhecem a dinâmica dos nossos biomas.

Fato marcante da alteração do código é a injustiça com os proprietários e suas gerações anteriores que respeitaram a lei à todo o custo e preservaram. O vizinho que destruiu tudo e lucrou produzindo com essa área desmatada ficará em visível vantagem – e também os especuladores de terras. Somente isso já coloca em alto risco a biodiversidade nativa sobrevivente.

Sim, a obrigação de recompor a vegetação desmatada ilegalmente pode em raros casos atrapalhar a pequena  produção familiar (pequena mesmo, com 10 ha) em algumas propriedades do Sul e Sudeste e pode se ter uma flexibilidade técnica. Entretanto, na grande maioria das áreas não, e sem o replantio da APPs, perderemos a sobrevivência a longo prazo das matas fragmentadas, já que não serão recompostas e nem conectadas formando “corredores florestais” - garantia de manutenção da fauna responsável pela disseminação de novas árvores e biodiversidade.

A tecnologia e sustentabilidade devem ser o norte da produção moderna, com um equilíbrio entre vegetação nativa e agropecuária – de forma ao sistema permanecer estável e produtivo ao longo do tempo. E como se fará agropecuária sem água? Sancionada essa lei, esse será certamente o futuro. Isso sem citar eventuais mudanças climáticas já no horizonte próximo.

Na contra-mão da história segue alguns setores políticos do País e, se nada for feito, em seu rastro a perda de nossa incrível biodiversidade e abundância de água. Para os próximos anos teremos um “apagão” da água, biodiversidade e alimentos?

 Assinem o manifesto para impedirmos esse retrocesso – clique no link abaixo -

http://www.avaaz.org/po/codigo_florestal_urgente

 

Ricardo Cardim