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Quem Deus escolhe para falar?

JOSÉ MAURO DE ARAÚJO MACHADO

 Muito pouco, provavelmente, Deus falará com a maioria dos teólogos. Recebi pelo correio, enviado por uma amiga católica, um livro de coletânia de artigos sobre teologia (Revista Internacional de Teologia e Cultura, Vol XXVII, n° 3 – julho/set. 2008), sendo destacado no mesmo um artigo escrito em 1977 pelo então cardeal Joseph Ratzinger, sobre “escatologia”. O artigo do preparado e reconhecido filósofo e teólogo faz jus a sua fama de grande inteligência e erudição. No entanto, as suas apreciações sobre o tema “escatologia” restringe-se ao campo especulativo da filosofia, utopia e da fé cristã. Critica o quilialismo, concepção que preconiza o “Fim dos Tempos”, conceituando-o como uma expectativa esquizóide (p. 684). Sem entrar no mérito da discussão, também não será “esquisóide” a falta absoluta das palavras “amor”, “caridade” e “compaixão”, ao longo das 14 páginas do artigo em questão, do atual papa Bento XVI? É bem verdade que entre outros artigos publicados no livro deparamo-nos, em contra-ponto, com a visão do cardeal Ângelo Scola (Uma visão teológica inovadora para nosso tempo - Set./2005) que rejeita uma especulação teológica meramente de estilo “escola Ratzinger””, desligada da vida, e, pior ainda, em confronto com a ação do Espírito na vida eclesial e cristã,cujo foco deveria ser o absoluto de Deus-amor. Vem a propósito mencionar que é nebulosa a posição da Igreja Católica em relação ao assunto “Apocalipse” ou “Fim Tempos”.

Na realidade, o tema está rigorosamente proibido de ser ensinado, sob qualquer pretexto (systema Millenarismi mitigati tuto doceri non posse), em virtude de um decreto do Santo Ofício, hoje chamado de “Congregação para a Doutrina da Fé”, de 21 de junho de 1944, que ainda está em vigor. Consegui localizar esse decreto na biblioteca do arcebispado do Rio de Janeiro. Está em latim e não tenho conhecimento que o mesmo haja sido traduzido.

 Por se tratar de uma peça que considero no mínimo curiosa, faço abaixo a transcrição do mesmo. Texto integral da Acta Apostolicae Sedis - Commentarium Officiale. - Annus XXXVI Series II - Vol XI - Typis Polyglottis Vaticanis. M.DCCC. XLIV. (p. 212). “Postremis hisce temporibus non semel ab hac Suprema S. Congregatione S. Officii quaesitum est, quid sentiendum de systemate Millenarismi mitigati, docentis scilicet Christum Dominum ante finale iudicium, sive praevia sive non praevia plurium iustorum resurrectione, visibiliter in hanc terram regnandi causa esse venturum. Re igitur examini subiecta in conventu plenario feriae IV, diei 19 Iulii 1944, Emi ac Revmi Domini Cardinales, rebus fidei et morum tutandis praepositi, praehabito RR. Consultorum voto, respondendum decreverunt, systema Millenarismi mitigati tuto doceri non posse. Et sequenti feria V, die 20 iusdem mensis et anni, Ssmus D.N. Pius Divina Providentia Papa XII, in solita audientia Excmo ac Revmo D. Adsessori S. Officii impertita, hanc Emorum Patrum responsionem approbavit, confirmavit ac publici iuris fieri iussit. Datum Romae, ex Aedibus S. Officii, die 21 Iulli 1944. I. Pepe, Supremae S. Congr. S. Officii Notarius.

Não obstante, não podemos deixar de registrar que existe uma luz no obscurantismo conservador da Igreja Católica a respeito do tema. Essa luz apareceu com o papa João Paulo II, em um livro pioneiro, pois pela primeira vez na história um papa escreveu um livro enquanto no exercício do seu cargo. É o livro “Cruzando o limiar da esperança” (1994), onde o papa alerta sobre a presença de “Alguém que é o alfa e o ômega da história do homem (cf. Ap. 22,13)” e que “Ao término do segundo milênio, precisamos talvez mais que nunca das palavras do Cristo ressuscitado: “Não tenham medo!” Continua João Paulo II: “Tinha por certo razão André Malraux quando afirmava que o século XXI ou será o século da religião ou não será de modo algum”.

Bem, essas considerações iniciais tem relação com o motivo pelo qual Deus não “se revela” através daqueles que se supõem investidos de “autoridade representativa”, com postura orgulhosa em razão do seu cargo e da sua cultura, mas, sim, aos simples e aos humildes. São aos simples e humildes quem Deus escolhe para falar.

Já dizia Tomas de Kempis, na sua célebre “Imitação de Cristo”, escrita em 1441: “ Deus anda com os simples, revela-se aos Humildes, dá inteligência aos pequenos, Penetração às almas puras e esconde Sua graça aos curiosos e soberbos”

No mesmo sentido, fala Antonio Gentili, em seu livro “Quanto falta para o fim” (1989): “Deus não falará jamais aos que só ouvem a si próprios, nem poderá construir sua morada naquele que se encontra cheio de si. Deus só escreve em lousas perfeitamente apagadas e projeta sua imagem em telas totalmente isentas de dobras e manchas.”

 Segundo Píer Carpi, no seu livro “ As profecias do papa João XXIII – A história da humanidade de 1935 a 2033” (1978), assim falou o papa João XXIII: “Hoje a Virgem aparece. Ninguém escuta a sua palavra porque como Sempre a suave aparece aos humildes. Os humildes podem escutar e os humildes sabem compreender. Só os humildes sabem encontrar as palavras simples entre as Flores para testemunharem em sinceridade.”

Na sua aparição em 8 de janeiro de 1982, a Virgem do Escorial disse a uma menina pobre e humilde, chamada Luz Amparo Cuevas Arteseros: “Escolho as almas mais humildes e pequenas do mundo para difundirem meu Evangelho e assim desnortear a vaidade e a ignorância orgulhosa dos poderosos e especuladores da inteligência.”

Como um fenômeno recente sobre as “preferências de Deus”, vemos, nos dias de hoje, a obra do norte-americano Ken Carey. Carey era um modesto marceneiro rural, residente com sua esposa e seis filhos numa área isolada do Missouri, sem rádio, eletricidade e com uma renda mínima para sua subsistência. A sua mulher havia tido seu último bebe ali mesmo na pequena sala. Carey possuía uma velha máquina de escrever, que seu cunhado, que era lixeiro, havia recolhido e lhe presenteado. Pois bem: numa manhã de rigoroso inverno, na época de Natal e Ano Novo, entre 1978 e 1979, foi surpreendido com a “Divina presença”. Com essa surpresa inesperada e difícil de acreditar que estivesse acontecendo, desatou a chorar de emoção. Após 11 dias ininterruptos de transe, foi dada a luz a 350 laudas datilografadas, que se tornaram o livro “Transmissões da estrela-semente”; surpreendente e iluminado percorrer sobre a epopéia da vida na Terra, desde a formação das primeiras células, desde as primeiras experiências humanas, até o momento meta-histórico que se aproxima. Aliás, à propósito, não há necessidade de ir muito longe.

Aqui mesmo no Brasil temos a extraordinária obra do simples e humilde Chico Xavier, não é mesmo? Mais de 400 livros, sem contar a imensa produção avulsa, dentre as quais abaixo destacamos algumas linhas de uma mensagem psicografada na noite de 17 de agosto de 1951: uma maravilhosa mensagem de São Francisco de Assis, dirigida a Pietro Ubaldi, que naquele momento visitava Chico Xavier:

“Pedro, ...Colhe as rosas do caminho no espinheiro dos testemunhos... Entesoura as moedas invisíveis do amor no templo do coração!... Retempera o ânimo varonil, em contato com o rocio divino da gratidão e da bondade!... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . “A inteligência sem amor é o gênio infernal que arrasta os povos de agora às correntes escuras e terrificantes do abismo. O cérebro sublimado não encontra socorro no coração embrutecido. A cultura transviada da época em que jornadeamos, relegada à aflição, ameaça todos os serviços da Boa Nova, em seus mais íntimos fundamentos.”

Abraços fraternais, José Mauro.

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«Que os Santos Seres, cujos discípulos aspiramos ser, nos mostrem a luz que
buscamos e nos dêem a poderosa ajuda
de sua Compaixão e Sabedoria. Existe
um AMOR que transcende a toda compreensão e que mora nos corações
daqueles que vivem no Eterno. Há um
Poder que remove todas as coisas. É Ele que vive e se move em quem o Eu é Uno.
Que esse AMOR esteja conosco e que esse
PODER nos eleve até chegar onde o
Iniciador Único é invocado, até ver o Fulgor de Sua Estrela.
Que o AMOR e a bênção dos Santos Seres
se difunda nos mundos.
PAZ e AMOR a todos os Seres»

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“Amado Criador, eu invoco a sua sagrada e divina luz para fluir em meu ser e através de todo o meu ser agora. Permita-me aceitar uma vibração mais elevada de sua energia, do que eu experienciei anteriormente; envolva-me com as suas verdadeiras qualidades do amor incondicional, da aceitação e do equilíbrio. Permita-me amar a minha alma e a mim mesmo incondicionalmente, aceitando a verdade que existe em meu interior e ao meu redor. Auxilie-me a alcançar a minha iluminação espiritual a partir de um espaço de paz e de equilíbrio, em todos os momentos, promovendo a clareza em meu coração, mente e realidade.
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