SÃO JOÃO DA CRUZ!

[ismael de almeida]

São João da Cruz

Ismael de Almeida
São João da Cruz, o místico santo católico disse que o período mais produtivo e mais bonito de sua vida, foi no final de sua existência, quando o monge seu superior, ralado de inveja do santo homem, o encarcerou em uma cela no convento.
João da Cruz tinha seu corpo doente, e estava preso em uma cela, mas sua alma... ah! a alma do santo, estava liberta para alçar voo na imensidão do infinito. E o místico homem sonhava ... e sonhava... tinha fome e sede de Deus, queria Deus como o condenado quer a liberdade, o pássaro prisioneiro quer a amplidão. E joão buscava o Senhor como a abelha busca o néctar das flores, ansiava singrar pelos espaços siderais, e se deleitava no oceano de luz do Infinito. E Deus sussurrava na alma terna do monge: João, você me ama? E as lágrimas banhavam o rosto sereno, do amante da amplidão, e a ternura brotava da alma santa de João, como a luz busca o limite das dimensões do espaço cósmico.
E João busca Deus, e nessa busca feérica, uma carruagem de fogo foi criada na alma do santo, e João percorria o espaço com sua carroça de fogo, deixando chispas de luz, por onde ele passava, e o mundo era iluminado, porque o amor santo do vidente, deixava rastros de luz por onde ele passava, com sua FONTE de amor interno, despejando fluxos do sublime sentimento, aliviando dores escondidas, curando enfermos da alma, levando flores de amor, para suavizar amarguras...
E João doava compaixão para todo o orbe planetário, e na suprema ânsia de buscar o amor, João atraia o amor de Deus, e o dispensava em profusões de luz...
A alma quando busca o amor de Deus, cria um vórtice de força atrativa em seu mundo interno, um potencial de luz inesgotável, que atrai como poderoso ímã, outras almas, mas desperta nas naturezas sombrias, o vil sentimento da inveja, porque a sombra não tolera a luz, pois sabe que a luz a iluminará, tornando-a claridade. Por isso é que cada palmo de luz doada, é combatida por outro palmo de trevas. E as trevas amam e busca as cavernas sombrias, porque na luz perecerá.
E João encarcerado, seu corpo prisioneiro e imobilizado pela doença, que o torturava, estava impotente para qualquer atividade no mundo externo, mas nunca em tempo algum em sua existência amargurada, João teve tanta liberdade para fazer o bem, e tanto bem foi feito, que muitos doentes ficaram curados como por milagre, muito sofrimento foi consolado, sem saber de onde veio a bênção, muita tristeza foi afugentada, atribuindo-se o bem recebido por uma prece ou algum anjo bom!
Mas era João este sol refulgente, oceano de bondade, que irradiava de seu coração generoso, torrentes de amor, levando consolação, rosas de ternura, pedaços de céu azul, para corações sofridos!
Assim trabalha o servidor da humanidade no silêncio do coração!
Paz e Luz!