A reportagem “Os novos caminhos para a longevidade”, publicada na revista Isto É, traz descobertas que revelam a influência da personalidade, do relógio biológico e da quantidade de alimentos ingerida para garantir uma vida mais longa e saudável.
Segundo a matéria, estudos revelam que indivíduos de temperamento irritadiço, mais propensos a neuroses, estão sujeitos a prejuízos na atenção, emoções e memória. Respeitar o relógio biológico, ou ritmo circadiano, também é importante. Os autores afirmam que preservar o sono e fazer refeições no mesmo horário ajuda a regular o ritmo biológico, prevenindo alterações e doenças. Em relação à alimentação, enfatizam a importância da restrição calórica e do consumo de uma dieta saudável como fatores determinantes para prolongar o tempo de vida.
As alterações fisiológicas, importantes durante o período de privação calórica, são iniciadas com a redução da concentração de glicose no sangue, ocasionada pela baixa ingestão de energia proveniente da dieta. Isto leva a uma diminuição da produção de insulina pelas células beta do pâncreas e, consequentemente, há uma diminuição do depósito de tecido adiposo, que é um órgão endócrino capaz de produzir hormônios ativos em todo o organismo. Essas mudanças endócrino-metabólicas poderiam promover maior expectativa de vida.
Estudos em animais demonstram que a restrição de 10% a 50% das calorias totais diárias levam ao prolongamento do tempo da vida e ao envelhecimento com menores índices de tumores, doenças cardiovasculares e problemas de aprendizagem e memória, mas ainda não está estabelecido se teria o mesmo efeito benéfico sobre a longevidade de humanos. Entretanto, estatísticas mostram que a escassez de comida durante a Segunda Guerra Mundial foi associada a uma diminuição de mortalidade por doença coronariana em países europeus.
No entanto, não basta reduzir a alimentação sem cuidar da qualidade do que se come. Pesquisas recentes sugerem que o consumo de substâncias, como fitoquímicos e aminoácidos, também desempenham papel fundamental para a promoção da longevidade.
A atuação dos fitoquímicos presentes no chá verde, própolis, geleia real, romã, salmão, sardinha, suco de uva, vinho tinto, alho, cúrcuma, ginseng, quinua, arroz integral, aveia, azeite de oliva, castanha-do-Brasil, frutas vermelhas, gengibre, óleo de coco, tomate, brócolis e soja como importantes para a prevenção do envelhecimento da pele, do cérebro, das artérias e dos ossos. Os aminoácidos como a metionina e a cisteína na regeneração dos tecidos, na destoxificação hepática e na prevenção de doenças cardiovasculares, neuromotoras e degenerativas, como a doença de Alzheimer.
Assim, a diminuição do consumo de refrigerantes, de gorduras trans, sal e de alimentos processados e industrializados, são iniciativas interessantes para quem quer envelhecer com saúde. Pois, o excesso dessas substâncias está relacionada ao desenvolvimento de disbiose intestinal, alergias alimentares, sobrepeso, obesidade, resistência à insulina, diabetes, câncer, entre outras condições que reduzem a qualidade e a expectativa de vida.
Fonte: Revista Isto É (texto adaptado).