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BREVE REFLEXÃO SOBRE A INTERNET E A LONGEVIDADE: NOVOS ESPAÇOS DE SOCIABILIZAÇÃO PREPARAM O SILÊNCIO DA SAÚDE



Por: Celina Dias Azevedo & Beltrina Corte


Para citar este artículo: Dias Azevedo, Celina & Corte, Beltrina, 2008, Breve reflexão sobre a internet e a longevidade:Novos espaços de sociabilização preparam o silêncio da saúde , Revista TEXTOS de la CiberSociedad, 16. Monográfico: Internet, sistemas interativos e saúde. Disponible en http://www.cibersociedad.net




INTRODUCCIÓN / RESUMEN

O computador aliado ao processo comunicacional via internet é o centro vital de uma revolução que envolve e intermedia ações diversas, a ponto de nos referirmos atualmente a uma nova sensibilidade, cuja intimidade com a tecnologia é passaporte obrigatório para os novos formatos de modelos de vida em processo de envelhecimento que estão sendo instaurados. Ao refletir como a tecnologia transformou e revolucionou nosso cotidiano, especialmente para os idosos, construindo novas gravuras no Atlas e nele uma nova forma de sociabilização, entendemos que o mundo virtual transformou-se em um novo espaço social em que a existência humana continua sendo abordada com uma extraordinária proximidade.


1 - Introdução

A era da Revolução Informacional tem como base o computador – criado para ser empregado em estratégias militares e depois modificado para dar conta do processamento de grande volume de informações no mundo empresarial – que passou a mediar o cotidiano do cidadão reconfigurando as relações sociais e abrindo aos velhos – particularmente – novos espaços de sociabilidade e de protagonismo.

Consideramos que o acesso e familiarização com as tecnologias comunicacionais transformam-se em formatos de vida até então não experimentados em nossa cultura, especialmente por aqueles que nasceram antes do surgimento delas. Blogs, chats, Orkut e correio eletrônico – entre outros - tornaram-se espaços correntes de comunicação e de encontros que o velho protagoniza, apropria-se, construindo novas gravuras do Atlas e nele uma nova forma de sociabilização.

Neste artigo concentramos nosso olhar para as possibilidades de interação comunicacional engendradas e consentidas pelas tecnologias informacionais e, conseqüentemente, que preparam o silêncio da saúde uma vez que os novos espaços de sociabilização fazem parte da medicina preventiva e, esta, por sua vez, não atua nas patologias do processo de envelhecimento, mas no cuidado para com a vida.

2 - Breve histórico sobre a Revolução Tecnológica

Para refletirmos sobre a necessidade e importância da inclusão digital na era da Revolução Tecnológica e Informacional na contemporaneidade, é necessário estarmos atentos à equação computador + internet e as conseqüências que essa relação trouxe e ainda trará à nossa sociedade.

Podemos tomar como marco temporal – para a história da invenção do computador - a Segunda Guerra Mundial. O primeiro computador eletrônico foi construído em 1946 para aplicação na indústria bélica – era utilizado para cálculos balísticos - o ENIAC, em português "Computador e Integrador Numérico Eletrônico". Estes equipamentos, estes “cérebros eletrônicos” eram enormes e ocupavam salas inteiras.

Já em 1951, surge o primeiro computador comercial, o LEO, e em 1960 a IBM lança o IBM/360, que marcou uma nova tendência na construção de computadores com o uso de pastilhas, que ficaram conhecidas como Chips. Esses chips incorporavam, numa única peça de dimensões reduzidas, várias dezenas de transistores já interligados, formando circuitos eletrônicos complexos.

Em 1971, Ted Hoff cria o microprocessador permitindo a redução no tamanho dos equipamentos e viabilizando o aparecimento dos microcomputadores. A empresa Apple Computer, em 1977, lança o primeiro “computador caseiro” o Apple II e em 1979 o VisiCalc – primeiro programa comercial. Mais tarde, a Microsoft foi responsável pelo arremate que possibilitou a entrada do computador na casa das pessoas.

A Internet - conexão mundial de todas as diferentes redes de computadores ou “rede das redes” – nasceu, assim como o computador, de um projeto militar. Em 1969 – durante a Guerra Fria - foi proposto o projeto de uma rede de comunicação descentralizada, um sistema militar de comunicação que se mantivesse mesmo sob um ataque nuclear. Vários centros de computadores compartilhariam as informações on-line, a intenção era que a informação não seguisse uma única rota, seguiria o traçado de uma rede onde todos os pontos se comunicariam, os nós dessa rede eram equipamentos localizados em pontos estratégicos. Foi desenvolvida a ARPANet, que, na década de 80, passa a denominar-se Internet. Vista como eficiente forma de comunicação, passa a ser amplamente utilizada para compartilhar informações e pesquisas no meio acadêmico e científico. A partir da década de 90, o interesse comercial na rede nutre sua expansão.

Até hoje, desde sua criação, a Internet passou por várias fases, porém decisivo para sua popularização foi – além dos computadores pessoais - o desenvolvimento de um software com avançada capacidade gráfica que tornou possível distribuir e captar imagens e outras interfaces da multimídia.

Essa nova Revolução Tecnológica recebeu várias denominações: Revolução das Novas Tecnologias de Informações, Revolução Digital, Revolução Informacional e Era do Acesso.

Podemos afirmar que no mundo contemporâneo as principais atividades econômicas, sociais, políticas e culturais são estruturadas e mediadas pelo computador - as mais simples tarefas de nosso cotidiano, nas nossas residências, no trabalho, nas escolas e, não podemos nos esquecer, nos nossos momentos de lazer. As novas tecnologias comunicacionais e informacionais fazem parte da condição humana. Nascemos com elas e, portanto, nossa percepção de mundo é alterada, queiramos ou não, a ponto de hoje nos referirmos a uma nova sensibilidade, a da era eletrônica, cuja intimidade com a tecnologia é passaporte obrigatório para os novos formatos de modelos de vida que estão sendo instaurados.

Para Santaella (2004, p.31)

O aspecto sem dúvida mais espetacular naquilo que vem sendo chamado de “era digital”, na entrada do século XXI, está no poder dos dígitos para tratar de qualquer informação [...] com a mesma linguagem universal [...] uma espécie de esperanto das máquinas.



Importante refletir como essa tecnologia, que nasceu para dar conta do processamento de grande volume de informações no mundo empresarial e como estratégia militar, transformou e revolucionou nosso cotidiano configurando as relações sociais.

Antes que a palavra computador fosse usada correntemente, quando só havia as enormes máquinas militares e de grandes empresas, falava-se em “cérebro eletrônico”. Por quê? Porque se tratava de um objeto técnico muito diferente de todos até então conhecidos pela humanidade. De fato, os objetos técnicos tradicionais ampliavam a força física dos seres humanos (o microscópio e o telescópio aumentavam o limite dos olhos; o navio, o automóvel e o avião aumentam o alcance dos pés humanos; a alavanca, a polia, a chave de fenda, o martelo aumentam a força das mãos humanas (...) ). Em contrapartida o “cérebro eletrônico” ou computador amplia e mesmo substitui as capacidades mentais ou intelectuais dos seres humanos (grifo nosso). (CHAUÍ, 2003, p. 303)



Outro salto foi o desenvolvimento do computador pessoal. O PC ou Personal Computer permitiu que o uso dessa nova tecnologia fosse ampliado para além do uso militar e das grandes corporações, possibilitou sua entrada no cotidiano das pessoas: na escola, em casa, no trabalho. Nele, uma das transformações diz justamente respeito às nossas casas e às nossas deslocações: a forma de habitar e, conseqüentemente, a forma de conviver uns com os outros.

Ao socializarmos de outra forma, já não habitaremos da mesma maneira. Serres (1997, p. 12) assinala que

[...] já há muito tempo que telefonamos para os confins da Terra; as imagens vindas de longe deixaram de nos surpreender; separados por mil léguas, conseguimos reunir-nos para uma teleconferência e, inclusivamente, trabalhar juntos. Deslocamo-nos sem mover um dedo”. Para sua pergunta: Onde tem lugar essa conversa?, responde que “num sítio virtual”. Para ele as conversas parecem “fundir-se e difundir-se, como se um tempo novo organizasse um outro espaço. O ser aí expande-se.



O idoso - ou a pessoa acima de 60 anos - é testemunha viva da dissolução das antigas fronteiras e da conquista de novas terras pelo mundo virtual da comunicação. Ele vivencia a projeção de um atlas sobre outro, o antigo e novo mundo, adaptando-se a técnicas e formas de aprendizagens estranhas, mas que conduzem a um mundo que lhe é conhecido.

3 - Novas tecnologias e velhice: novas formas de apreender as singularidades do século

De acordo com essa realidade e tendo como certo a importância e influência do computador na organização da vida social e do trabalho, a inclusão digital e alfabetização tecnológica surgiram como uma nova forma de apreender o mundo virtual, atingindo todos os cidadãos.

Para Moran, Masetto e Behrens (2000), na sociedade da informação todos estamos reaprendendo a conhecer, a comunicarmos, a ensinar e a aprender; a integrar o humano e o tecnológico; a integrar o individual, o grupal e o social. O saber e aprender integra hoje as tecnologias imagéticas quanto às materiais (telemáticas, audiovisuais, textuais, orais, musicais, lúdicas e corporais). Conhecimentos que qualificam para acompanhar, fazer uso e participar da implementação dessas tecnologias que já não dizem respeito apenas às possibilidades de uso no cotidiano – serviços bancários, educação à distância, correio eletrônico, canais de sociabilização, jogos e pesquisa, mas estende-se também a possibilidade de participação na vida política. Inserção no mundo.

No Brasil o acesso à Internet – e conseqüentemente aos recursos disponíveis – apresentou um crescimento relevante nos últimos anos em todas as faixas etárias. Dados do PNAD – Pesquisa por Amostra de Domicílio de 2003 do IBGE - mostram que, entre os bens duráveis, o número de computadores nas residências foi o que mais cresceu nos últimos anos no Brasil, para a população em geral(1). O computador estava presente, em 2003, em 7,5 milhões de domicílios – 15,3% - sendo que 5,6 milhões – 11,4% - dispunham de acesso à Internet. Em relação à população idosa, a Folha de São Paulo (2) – no mesmo ano de 2003 – informava que o número de internautas com mais de 65 anos crescia de 7,9 milhões para 9 milhões no mundo.

Em divulgação mais recente, o PNAD 2006(3) mostrou que o número de computadores nas residências praticamente dobrou desde 2001, quando chegou a 22,4% em 2006, sendo que no Norte urbano (de 6,7% para 12,4%), no Nordeste (de 5,2% para 9,7%), no Sul (de 13,9% para 27,9%) e no Centro-Oeste (de 10,6% para 20,4%).

Em estudo desenvolvido pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil - sobre o Uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação no Brasil 2006, concluída em 2007 (4) - os dados mostram um crescimento na posse de equipamento e no acesso à internet de 17% e 13%, em 2005; 20% e 15% em 2006 e 24% e 17% em 2007, respectivamente. A mesma pesquisa - ao analisar as atividades desenvolvidas na Internet - indica que mensagens instantâneas e participação em sítios de relacionamento, representaram mais de 50% dos motivos do acesso à rede, no ano de 2007. No item que identifica a proporção de indivíduos que usam a Internet com a finalidade de comunicação, mostra que na faixa etária acima de 60 anos 87,17% - sobre o total de usuários de internet dessa faixa etária – utilizam a internet para se comunicar; índice muito próximo ao percentual da faixa entre 16 e 24 anos – 85,01% - e acima do percentual de 71,97% da faixa de usuários entre 10 e 15 anos.

Idosos no Brasil: vivência, desafios e expectativas na 3ª Idade(5), pesquisa realizada em 2006, parceria entre a Fundação Perseu Abramo, SESC Nacional e SESC São Paulo, mostra a urgência de projetos e políticas públicas que ampliem o acesso ao mundo digital para a população. Dos idosos pesquisados – uma amostra de 2.136 cidadãos de 60 anos e mais, em 204 municípios em todas as regiões do Brasil - 80% dos entrevistados relataram que embora conheçam um computador, nunca o utilizaram. Com relação à Internet 37% não sabem o que é, e embora 63% conheçam, 59% nunca utilizaram, apenas 1% costuma usá-la sempre e 3% utilizam apenas algumas vezes. Entre as razões do interesse pelo computador apresentadas, estão a aquisição de conhecimento (11%) e a possibilidade de estabelecer comunicação com amigos e familiares distantes (7%).

A pesquisa não responde o porquê do pouco uso do computador. Um dos fatores, certamente, é a dificuldade de acesso a esses equipamentos que exige um investimento inicial distante das possibilidades de grande parte da população brasileira - para o acesso à Internet, por exemplo, é necessário um computador, um provedor e uma linha telefônica, no mínimo, ou então o cabeamento - associado à fragilidade das políticas governamentais para prover ao cidadão espaços públicos para uso dessa tecnologia.

Outra hipótese nos faz pensar que o distanciamento do velho em relação às novas tecnologias não vem - ao contrário de algumas considerações que ouvimos diariamente - da dificuldade desse cidadão em aprender coisas novas ou preferir viver no passado, mas simplesmente de uma falta de familiarização com essa linguagem. Grande parte dos idosos apresenta-se – espontaneamente - como incompetente diante dessa tecnologia. Moldam seu discurso a uma imagem instituída e padronizada posta, que coloca que o “velho não se interessa pela tecnologia” ou “que o velho não consegue aprender ou apropriar-se desses novos instrumentos”. Ao mesmo tempo mencionam, orgulhosamente, como o neto – ainda não alfabetizado – manuseia o computador. Ora, não nos esqueçamos que o “neto de cinco anos, que mexe no computador de forma tão desinibida”, nasceu mergulhado nessa cultura e tinha – muito provavelmente – em algum lugar ao seu redor essa máquina. Além disso, sempre é permitido às crianças – além de incentivado - o manuseio de equipamentos tecnológicos. Um exemplo são os brinquedos que já os mergulham nesse mundo como o carrinho de controle remoto, o telefone celular, a máquina fotográfica digital cor-de-rosa ou azul e o lap top da mesma cor, com o velho – salvo raras exceções - ocorre o contrário.

A inclusão digital, tão em voga na grande mídia, pode ser mapeada e trazer estímulos como: instrumento de acesso à informação – construção do conhecimento, re-adequação das possibilidades de comunicação, fonte de serviços, uma possibilidade de ampliação da rede social e estímulo à socialização, especialmente para os mais fragilizados.

Em programas voltados ao cidadão idoso, conceito importante é o do aprendizado permanente. Está distante e não nos serve mais a idéia do saber consolidado, estanque. Nesse momento histórico onde o uso das tecnologias – particularmente a Internet – nos possibilita de forma democrática o acesso a informações, são necessários esforços para que todos possam mergulhar nas fronteiras virtuais em igualdade de condições, incentivando a aprendizagem personalizada, a partir do interesse de cada um. Por outro lado, na sociedade de informação em que vivemos, a comunicação é elemento essencial para uma participação cidadã.

A singularidade do nosso século são as redes de comunicação. Tanto é que a comunicação é tida como um aspecto dos direitos humanos, reconhecida e incorporada como essencial no Plano de Ação Internacional sobre o Envelhecimento, na Assembléia Mundial do Envelhecimento (Madri, 2002). O conceito de comunicação como direito humano está no primeiro relatório da comunidade internacional sobre Direitos Humanos, publicado há mais de 25 anos, em 1980, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em Paris, e lançado no Brasil em 1982.

O relatório, chamado Um mundo e muitas vozes – comunicação e informação na nossa época - conhecido como MacBride - foi elaborado sob a presidência do jurista e jornalista irlandês Sean MacBride(6). Nele, o direito à comunicação é entendido como um "prolongamento lógico do progresso constante rumo à liberdade e à democracia". O Relatório MacBride, um documento contraditório em muitos pontos, é até hoje o mais completo relato já produzido sobre a importância da comunicação na contemporaneidade.

A Internet proporciona a oportunidade de comunicação ágil, eficiente e abrangente, ela permite a comunicação de muitos com muitos. A exploração da interatividade incentiva a criatividade e a sociabilidade. Hoje podemos identificar exemplos de uso do mundo virtual no cotidiano dos velhos, alterando perspectivas de isolamento. Conforme Sant’Anna (2006, p.108):

Atualmente, em diversos países, pessoas idosas com problemas de audição ou de locomoção têm possibilidade de ampliar contatos com moradores de diferentes regiões graças à internet. [...] Algumas delas possibilitam a construção de rede de laços afetivos e informativos sem a presença real dos corpos [...].



Às possíveis críticas sobre as relações que se estabelecem pela Internet, Castells (2003, p.104) ao relatar estudos sobre a perda de sociabilidade por internautas “assíduos” relata que

de modo geral, o corpo de dados não sustenta a tese de que o uso da Internet leva a menor interação social e maior isolamento social. Há alguns indícios, porém, de que, sob certas circunstâncias, o uso da Internet pode servir como um substituto para outras atividades sociais. Como os estudos que sustentam teses alternativas foram realizados em diferentes momentos, em diferentes contextos e em diferentes estágios da difusão do uso da Internet, é difícil chegar a uma conclusão a respeito dos efeitos da Internet sobre a sociabilidade [...] o estudo da sociabilidade na/sobre/com a Internet deve ser situado no contexto da transformação dos padrões de sociabilidade de nossa sociedade [...] não significa menosprezar a importância do meio tecnológico, mas inserir seus efeitos específicos na evolução geral de padrões de interação social [...].



O computador em todo esse processo é apenas uma máquina que redimensiona as limitações corporais do homem. Assim, refletindo sobre uma velhice fragilizada, poderíamos pensar que o computador, enquanto máquina, pode sim devolver sentido ao corpo e inseri-lo no universo técnico, que prima por velocidade, resistência, potência, dinamismo e precisão. É importante, para o indivíduo que está envelhecendo, entender que seu corpo precisa adaptar-se às circunstâncias tecnológicas.

4 - Sociabilidade, Comunidade e Internet

Compreendemos o homem - historicamente - como um ser gregário - apesar da pós-modernidade apresentar o individualismo como predicado relevante – somos seres sociais, buscamos relações, faz parte de nossa característica buscar aproximações, nos articularmos em grupos ou comunidades, ontem e hoje.

Qual a importância e como a internet pode contribuir para essa nova possibilidade de estabelecer relações sociais, já que o espaço virtual reinventa o espaço social e organiza novas interações sociais?

A Internet é um meio que permite a comunicação de muitos com muitos, sítios de relacionamento, blog, correio eletrônico, salas de bate-papo, MSN, Second Life, entre outros. Essa sociabilidade deve ser observada e analisada no contexto da transformação dos padrões de sociabilidade de nossa sociedade.

Apoiando-nos na concepção de comunidade que se caracteriza pelo interesse comum, o sentimento de pertencimento - quando o indivíduo sente-se parte de um todo maior – a permanência, além de ligações emocionais ou afetivas, entre outros. Podemos estender essa concepção para as comunidades virtuais

Na rede, o indivíduo busca pessoas que têm os mesmos interesses, afinidades e valores que ele, seja nas salas de bate-papo (chats) ou em comunidades virtuais (...) visto que geram sociabilidade, relações e redes de relações humanas (...). O mesmo acontece com qualquer blog, site pessoal, fórum de discussão ou ambiente de produção coletiva. Nessa linha de raciocínio, destaca que, dentro de uma comunidade virtual, ainda são pessoas “de verdade” que ali se encontram, mesmo estando fisicamente distantes e invisíveis, graças à tecnologia. (REULE , 2007)



Pesquisa concluída, pelo Instituto Pew Internet, nos Estados Unidos e divulgada recentemente(7) , dá conta da importância do estabelecimento de redes sociais na Internet, uma rede que não depende de territórios definidos ou ligações locais, pelo contrário os usuários cada vez mais fazem parte de redes espalhadas geograficamente.

A pesquisa aponta para o fato do estabelecimento dessas ligações virtuais criarem uma nova base para surgimento de uma nova comunidade. Em vez de depender apenas de uma única comunidade para apoio social, os usuários, com freqüência, ampliam suas experiências e procuram e relacionam-se ativamente com uma variedade de pessoas e recursos apropriados para diferentes situações.

Além do mais, tomando como base o valor terapêutico do exercício de escrever, como mecanismo de alívio de estresse, pesquisas recentes demonstram que o ato de expressar-se pela escrita (como nos blogs, por exemplo) pode estimular a memória, o sono e melhorar o sistema imunológico de pacientes atingidos por doenças graves como a AIDS ou o câncer.

É o que demonstra o trabalho realizado no Tufts-New England Medical Center, em Boston, envolvendo 234 pacientes portadores de câncer, os quais foram divididos em três grupos e monitorados durante oito semanas sobre suas dores. O primeiro tinha como tarefa preencher cotidianamente um questionário sobre as dores que sentia; o segundo deveria escrever sobre como se sentia e o terceiro ficou como controle. Como resultado o estudo concluiu que aqueles que escreviam sentiam menos dor e mal-estar.

Esse estudo só traz subsídios científicos para o que milenarmente vem se fazendo. Soranus, famoso médico de Roma, recomendava a leitura de poesia e drama a seus pacientes já no primeiro século d.C. O que foi reforçado pelo criador da psicanálise, Sigmund Freud, ao reconhecer que a literatura havia descoberto o inconsciente antes dele. A prática de colocar livros ao alcance de pacientes hospitalizados (coisa que Benjamin Franklin defendia já no século 18) evoluiu para uma forma sistematizada de tratamento, a biblioterapia, e também para a formação de grupos e instituições que usam o ato de escrever como forma de tratamento (SCLIAR, 2008).

O blog – uma espécie de diário virtual – tornou-se o centro dessas pesquisas, algumas delas tentam traçar análises sobre o comportamento do cérebro antes e depois do ato de escrever, pois se acredita que há uma relação entre a escrita expressiva e alterações biológicas.

Como resultado, alguns hospitais nos EUA começaram a hospedar blogs de pacientes-blogueiros em seus websites. Nancy Morgan (apud WAPNER, 2008, p.17) autora de artigo sobre os benefícios da escrita expressiva na revista Oncologist argumenta que “As pessoas estão se conectando e testemunhando as expressões uns dos outros – a base para a formação de uma comunidade”.

O aumento constante do número de pessoas conectadas no mundo virtual criou novas formas de se pensar a saúde no país. O Google Brasil lançou em 2008 uma pesquisa sobre o uso da internet no Brasil por médicos e por pacientes, encomendada pela Media-Screen, registrando que 20% dos pacientes dos médicos trazem informações para consulta.

Na ocasião do lançamento da pesquisa, a diretora de negócios da vertical de Saúde do Google, Adriana Grineberg, em entrevista à imprensa nacional, chegou a comentar que com a internet 2.0 a Saúde acaba mudando o perfil e o consumidor começa a ganhar novamente o poder e a participação:

Assim como na época dos gladiadores, em que o imperador perguntava para os espectadores se o gladiador merecia viver ou morrer, a internet proporciona a mesma percepção atualmente. Por meio da web, um paciente busca melhores drogas, equipamentos, hospitais, especialistas e registra a sua opinião sobre tudo para todos. (8)



O mundo virtual cria e estabelece novos paradigmas temporais e espaciais. Distâncias intransponíveis – que poderiam representar limites físicos – com a tecnologia são transpostas em tempos imediatos, transformando-se assim em alternativas às limitações determinadas pela fragilidade do corpo humano.

5 - Qual o lugar do velho?

O que teria mudado na sociedade contemporânea em relação ao cenário posto por Simone Beauvoir, em sua obra clássica sobre a velhice, quando a autora afirma que:

Aí está porque escrevo este livro: para quebrar a conspiração do silêncio (...). É preciso perturbar sua tranqüilidade. Com relação às pessoas idosas, essa sociedade não é apenas culpada, mas criminosa. Abrigada por trás dos mitos da expansão e da abundância, trata os velhos como párias. (BEAUVOIR, 1990, p.8)



A mudança faz-se à medida que a velhice, na atualidade, é tema importante, fala-se mais dela – tornou-se objeto de estudos e estatísticas - mas é ainda interpretada como algo negativo e carregada de simplificações, como ressalta Silvana Tótora (2006, p.36)

Em uma cultura, que valoriza os excessos de prazeres e o culto da felicidade como ausência de sofrimentos, doença e dor, ser velho é privação. Se o tempo se consome em um movimento linear e a morte é algo que se quer exorcizar, ser velho assume um estatuto negativo [e envelhecer] um mal reservado àqueles que não seguiram uma prescrição correta de vida



Diante dessa perspectiva, generaliza-se e uniformiza-se a velhice, desprezando a singularidade e a potencialidade de cada ser.

O olhar lançado sobre a velhice na contemporaneidade desvaloriza-a diante da juventude e abre caminho a uma série de situações discriminatórias. Por exemplo, parece natural – mas não é e não deve ser encarado assim – que a criança seja estimulada a descobrir e aprender coisas novas, enquanto para o velho quer-se como que concluído. É como aquela história que já ouvimos várias vezes, para a criança pergunta-se “... o que vai ser quando crescer...” e para o velho “... o que você foi...” duvidando do seu potencial de vir a ser e determinando-se como concluída sua formação, ignorando seu futuro.

Em uma sociedade em que a aparência – feio/bonito, gordo/magro, jovem/velho – e o status social condicionam a possibilidades de encontros, de concretização de relações ou não, o ciberespaço pode ser o lugar privilegiado para quebra desses paradigmas, favorecendo a criação de novas formas de contato - a emergência de uma nova sociabilização. É importante ressaltar que a comunicação pela internet não substitui outras formas de relação, mas surge, sim, como mais um recurso de sociabilização, abalizados por pesquisadores que entendem o ciberespaço – na sociedade do século XXI - como terreno importante de comunicação e de interação social, espaço que cabe ao homem explorar em todas as suas potencialidades positivas. Os velhos já se deram conta da importância desse recurso e apropriam-se dessa ferramenta comunicando-se em salas de bate papo, criando blogs, relacionando-se no orkut, fazendo uso do correio eletrônico.

O velho está no ciberespaço, faz parte e integra as redes sociais na internet conectando-se com pessoas e forjando novos laços sociais, a partir de suas angústias existenciais.

Enquanto no filme Sob o sol de Toscana (direção e roteiro de Audrey Wells, baseado em livro de Frances Mayes) a ficção nos mostrava - como inusitado - uma personagem idosa que se comunicava por e-mail com seu namorado em outro país, hoje já é comum encontrar na mídia exemplos de personagens reais – embora ainda marcados por estereótipos e vistos como excepcionalidade e encarados como raridade – de velhos que fazem uso e estabelecem relações sociais pela Internet.

Um exemplo - que já ganhou o mundo e grande popularidade - é o de Maria Amélia Soliño, espanhola que aos 95 anos ganhou de seu neto – como presente de aniversário – um blog(9). Maria Amélia escreve muito e recebe comentários – aos seus posts – de todas as partes do mundo. Afirma que a Internet mudou sua vida e que hoje não poderia viver sem ela. Tornou-se figura iminente na Espanha, encontra-se com figuras importantes do cenário nacional - já foi recebida pelo primeiro-ministro socialista espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero – e é cortejada por partidos políticos. No seu espaço virtual, em vários momentos exorta outros velhos a criarem seus próprios blogs. Esse espaço social – em seu entender – pode ser uma alternativa ao isolamento a que alguns idosos estão sujeitos.

Seu blog remete o internauta também ao de outros velhos. Caso, por exemplo, de Olive Rilley – australiana falecida em meados de 2008 - que mantinha um blog de expressão individual(10) . Olive era considerada a blogueira mais velha do mundo com 108 anos.

Olive andava em cadeira de rodas, tinha postado em seu blog – seu amigo Mike digitava seus posts – inúmeros textos desde fevereiro de 2007 sobre a vida moderna e suas experiências no século XX. Comunicava-se através de seu blog com pessoas de todo o mundo e dizia que gostava da notoriedade que tinha adquirido porque lhe permitia manter a mente fresca.

Maria Amélia e Olive mantinham contato social na blogosfera(11) . Aqui - para ambas - o ciberespaço permitiu a ampliação dos seus espaços sociais. Além deste ser um admirável exemplo do acesso ao ciberespaço no cotidiano dos velhos – ou para pessoas com qualquer tipo de fragilidade - demonstra, também, como podem ser alteradas perspectivas de isolamento.

No Brasil não é diferente, basta uma pesquisa rápida na web para encontrarmos exemplos de velhos totalmente integrados a esse universo.

O escritor e jornalista Fernando Jorge(12) – 80 anos – declara-se encantado com o potencial para difusão de idéias da rede. Além de dois blogs Fernando Jorge mantém um site, uma comunidade no Orkut e utiliza o correio eletrônico com freqüência. Segundo Fernando, o blog ampliou seu universo de leitores, de amigos. Além disso, diz perceber na blogosfera uma possibilidade de intercâmbio, de troca de informações e fonte de pesquisa para suas obras.

Outro exemplo é a dona de casa Astrid(13). Casada, com filhos, encontrou na Internet a possibilidade de comunicar-se, criar um espaço para divulgar suas idéias e poesias de autores anônimos. Criadora de outros blogs, flogs e videologs, Astrid possui Orkut, utiliza MSN e correio eletrônico com a mesma desenvoltura que usa o telefone. Não descuida das reuniões familiares aos domingos, mas declara que considera a relação virtual mais “profunda” já que não interessa a raça, religião ou cor do outro com quem se relaciona.

6 - Algumas reflexões

Está claro que o a comunicação mediada pelo computador cria um novo espaço de e nova forma de sociabilidade, no entanto, ponto crucial é o momento histórico em que se estabelece esta discussão.

O processo de interação no espaço virtual da internet ainda é razoavelmente recente, levando-se em conta que a popularização da rede no Brasil deu-se a partir da década de 90, do século XX. Hoje, nesta sociedade que cultua a juventude e onde vigora uma série de práticas e preconceitos em relação ao velho, ele apropria-se – apesar dos entraves e dos estereótipos – desse novo espaço de relações de interações sociais e transforma-se em peça de resistência diante da sociedade que o percebe como incompetente e naturalmente distante desse ambiente.

O fato é que os velhos estão recusando-se a permanecer nos lugares que lhes foram definidos social e culturalmente. Não estão mais restritos à dimensão privada nem ao mundo material, o que é fundamental para serem vistos como cidadãos e seres autônomos. Apropriam-se de espaços públicos e virtuais que lhes dão visibilidade e sua presença nesses espaços – em qualquer instância - é essencial para trazer para a pauta de discussão as questões relacionadas à existência humana, especialmente a velhice, alterando paradigmas e percepções sobre o processo de envelhecimento e sobre o sujeito – o velho, até então relacionado a doenças, ou ainda apenas e tão somente a perdas e limitações.

Ao lançar um olhar que vincula a exploração do mundo virtual à reflexão sobre as relações que daí pode surgir - tendo-se como base as relações estudadas e compreendidas, até o momento, no ciberespaço - enfatizamos principalmente a qualidade das relações. Entendemos que o acesso e familiarização com as tecnologias informacionais fundem os velhos modelos de vida com os novos formatos de existência que estão sendo instaurados na nossa cultura.

A comunicação consciente [...] é o que faz a especificidade biológica da espécie humana. Como nossa prática é baseada na comunicação, e a Internet transforma o modo como nos comunicamos, nossas vidas são profundamente afetadas por essa nova tecnologia da comunicação. Por outro lado, ao usá-la de muitas maneiras, nós transformamos a própria Internet. Um novo padrão sociotécnico emerge dessa interação. (CASTELLS, 2003, p.10)



No ciberespaço outro atlas é resenhado. É desconstruída a noção convencional de espaço material como o conhecemos, no qual se rompe a noção do tempo da sucessão cronológica - compartimentado da modernidade – onde distâncias são transpostas em tempos “imediatos” e as relações se pautam pelo tempo da interação, definindo a construção de novas relações com o velho baseadas na existência humana. Acreditamos, como Serres (1997), que essas novas narrativas traçam um outro mapa-múndi que prepara o silêncio da saúde, seja pela democratização do conhecimento e consequentemente maior controle sobre o próprio corpo, seja pelos dos espaços sociais e terapêuticos instaurados na rede. Um mapa que cose, tece urde e desenha os entrelaçados e expansões do humano, uma vez que é constituído dos seres, dos corpos, das coisas e questões existenciais. As tecnologias comunicacionais nos oferecem oportunidades para cartografarmos a vida!

REFERÊNCIAS

  • BEAUVOIR, Simone. A velhice. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1990.
  • CASTELLS, Manuel. A galáxia da Internet: reflexões sobre a internet, os negócios e a sociedade. Rio de Janeiro: Zahar, 2003. 243p.
  • CHAUI, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2003.
  • MORAN, José Manuel, MASETTO, Marcos e BEHRENS, Marilda. Novas Tecnologias e Mediação Pedagógica. São Paulo: Papirus, 2000.
  • REULE, Danielle Sandri. De máscaras e espetáculo: formas de construção do sujeito pós-moderno virtual. In Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, 30. 2007. Anais do Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação de 29 a 2 de setembro - Santos. CD Rom.
  • SANTAELLA, Lucía. Navegar no ciberespaço: o perfil cognitivo do leitor imersivo. São Paulo: Paulus, 2004.
  • SANT’ANNA, Denise Bernuzi. Entre o corpo e os incorporais in Velhices: reflexões contemporâneas. São Paulo: SESCSP/PUC-SP, 2006, p.108
  • SERRES, Michel. Atlas. Lisboa: Instituto Piaget, 1997.
  • SCLIAR, Moacyr. Escrever é terapia. Academia Brasileira de Letras. Disponível em http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?from_in..., acesso em 25/08/2008.
  • TÓTORA, Silvana. Ética da vida e envelhecimento. CÔRTE, B., MERCADANTE, E., ARCURI, I. (orgs). O envelhecimento e velhice: um guia para a vida. Vol.II. São Paulo: Vetor Editora, 2006. p. 36-41.
  • WAPNER, Jessica. O remédio é escrever: o valor terapêutico de criar blogs torna-se foco de estudo in Scientific American Brasil, São Paulo, v. 6, nº 74, p. 17, julho 2008.


NOTAS

^ 1Os dados apontam que de 2001 para 2002, o crescimento foi de 15,1% e de 2002 para 2003, de 11,4%, sendo que, entre os que tinham acesso à internet, o aumento nos dois períodos foi, respectivamente, de 23,5% e 14,5%. Disponível em http://www.ibge.gov.br

^ 2Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/fsp/informat/fr2611200314.htmv

^ 3 Disponível em http://www.inclusaodigital.gov.br/inclusao/noticia/pnad-2006-percen.... Acesso em 30 nov.2008

^ 4Disponível em http://www.cetic.br/, acesso em 25.mai.08

^ 5Disponível http://www2.fpa.org.br/portal/modules/news/index.php?storytopic=1642. Acesso em 18 dez. de 2007

^ 6Unesco, Um Mundo e Muitas Vozes – comunicação e informação na nossa época. Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1983

^ 7Ver Força das ligações da Internet in Internet fortalece relações sociais, em http://www.bbcbrasil.com, acesso em 21.jul.2008

^ 8Cf. artigo intitulado “Internet muda perfil da saúde no Brasil”. Disponível em Saúde Business Web http://www.saudebusinessweb.com.br. Acesso em 04/9/2008.

^ 9http://amis95.blogspot.com/

^ 10http://www.allaboutolive.com.au/

^ 11Entendemos aqui como blogosfera à comunidade formada por quem constrói, disponibiliza, acompanha e lê conteúdos de blogs.

^ 12http://fernandojorge88.blog.terra.com.br/fernandojorge88.blog.terra.com.br/

^ 13http://poemasepoesiasdeamor.blogspot.com

 


 

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Co-criando A NOVA TERRA

«Que os Santos Seres, cujos discípulos aspiramos ser, nos mostrem a luz que
buscamos e nos dêem a poderosa ajuda
de sua Compaixão e Sabedoria. Existe
um AMOR que transcende a toda compreensão e que mora nos corações
daqueles que vivem no Eterno. Há um
Poder que remove todas as coisas. É Ele que vive e se move em quem o Eu é Uno.
Que esse AMOR esteja conosco e que esse
PODER nos eleve até chegar onde o
Iniciador Único é invocado, até ver o Fulgor de Sua Estrela.
Que o AMOR e a bênção dos Santos Seres
se difunda nos mundos.
PAZ e AMOR a todos os Seres»

A lente que olha para um mundo material vê uma realidade, enquanto a lente que olha através do coração vê uma cena totalmente diferente, ainda que elas estejam olhando para o mesmo mundo. A lente que vocês escolherem determinará como experienciarão a sua realidade.

Oração ao Criador

“Amado Criador, eu invoco a sua sagrada e divina luz para fluir em meu ser e através de todo o meu ser agora. Permita-me aceitar uma vibração mais elevada de sua energia, do que eu experienciei anteriormente; envolva-me com as suas verdadeiras qualidades do amor incondicional, da aceitação e do equilíbrio. Permita-me amar a minha alma e a mim mesmo incondicionalmente, aceitando a verdade que existe em meu interior e ao meu redor. Auxilie-me a alcançar a minha iluminação espiritual a partir de um espaço de paz e de equilíbrio, em todos os momentos, promovendo a clareza em meu coração, mente e realidade.
Encoraje-me através da minha conexão profunda e segura e da energia de fluxo eterno do amor incondicional, do equilíbrio e da aceitação, a amar, aceitar e valorizar  todos os aspectos do Criador a minha volta, enquanto aceito a minha verdadeira jornada e missão na Terra.
Eu peço com intenções puras e verdadeiras que o amor incondicional, a aceitação e o equilíbrio do Criador, vibrem com poder na vibração da energia e na freqüência da Terra, de modo que estas qualidades sagradas possam se tornar as realidades de todos.
Eu peço que todas as energias e hábitos desnecessários, e falsas crenças em meu interior e ao meu redor, assim como na Terra e ao redor dela e de toda a humanidade, sejam agora permitidos a se dissolverem, guiados pela vontade do Criador. Permita que um amor que seja um poderoso curador e conforto para todos, penetre na Terra, na civilização e em meu ser agora. Grato e que assim seja.”

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