O AUM é uma sílaba constituída por três letras: A, U e M, e pronuncia-se OM. AUM é o símbolo universal do Yoga e do Hinduísmo.
Traçado, é um Yantra(símbolo) Pronunciado é um Mantra.
Representa o verbo divino em forma audível. Representa o Fogo solar, a Unidade, a Imensidão, o Cosmos, pois contem a essência de todos os sons que podem ser pronunciados, assim como o Passado, o Presente e o Futuro.
É a semente de todos os Mantras e de toda a Consciência. Nesta sílaba,
'A' representa o Criador, a Criação, o Fogo, a Ação, Brahma;
'U' representa o Conservador, o Sol, a Consciência, Vishnu;
'M' representa o Destruidor, o Vento, a Vontade, Shiva.
Ela reune os três grandes poderes-divindades do panteão brahmânico.
Existem os Saguna Mantra e os Nirguna Mantra. Os primeiros são os que têm tradução e aludem a uma pessoa, cuja forma pode ser visualizada. Os segundos podem ter tradução ou não, e são abstratos no seu sentido.
Por exemplo: "AUM Namah Shivaya" é um Saguna Mantra pois refere-se a Shiva, o criador do Yoga.
Já o AUM sozinho é um Nirguna Mantra pois se refere a ninguém, senão ao Absoluto.
AUM não tem tradução alguma, mas devido à grande gama de efeitos sobre o corpo e a mente de quem o vocaliza ou mentaliza, é considerado o "Corpo de Deus".
É o mais poderoso de todos os mantras.
Todos os outros são considerados "aspectos do AUM" e "AUM" é a matriz de todos os demais mantras.
Todas as letras do alfabeto são emanações do som primordial representado pelo supremo mantra AUM.
O AUM é a origem e o fim de todo verbo.
Todo o Universo procede de AUM, conserva-se em AUM e nele se dissolve.
AUM é a Criação, a Conservação e a Renovação da Trimurti (trindade) hindu.
Logo, de todos os mantras utilizados para a meditação, o AUM é o que produz melhores resultados.
AUM é o bija mantra do ájña chakra, isto é, o som-semente que desenvolve o centro de força da terceira visão, responsável pela intuição, meditação e pelos fenômenos da telepatia e da clarividência.
Sendo o mantra mais completo e equilibrado, sua vocalização não oferece nenhum perigo nem contra-indicação. É um mantra altamente positivo que impede sentimentos malévolos e transmuta os pensamentos negativos em seus complementares elevados. Atua profundamente no sistema nervoso e no glandular. É estimulante e ao mesmo tempo tranqüilizante pois consiste numa vibração sáttvica (que contém em si, tamas e rajas sublimados).
Quando se escreve o AUM em caracteres sânscritos (deva nagari) ele se torna um símbolo gráfico e é denominado Yantra. A especialidade que estuda a ciência de traçar e utilizar os símbolos denomina-se Yantra Yoga.
O AUM pode ser traçado de diversas formas. Cada maneira de traçar encerra determinada classe de efeitos e de características ou tendências filosóficas. Cada escola adota um traçado típico do OM que tenha a ver com os seus objetivos e passa a constituir símbolo seu, não se devendo usar outro tipo de traçado para que não haja choque de egrégoras."
O termo em Sanscrito ou Mantra AUM, alude a linguagem como emanação ou expressão do Manas, a Mente. Um Mantra é um instrumento da Mente, do Pensamento. Na filosofia Hindú, um texto Sagrado, uma oração, um verso, uma palavra ou um simples Som pode ser um Mantra.
Conta a Tradição Hindú que o AUM foi revelado a os Sri (Sábios videntes) que receberam os Vedas em tempos imemoriais, quando estavam em estado arrebatado de meditação, em contato com o "Alto".
Antes do Universo manifesto ( mana-rupa: o mundo dos nomes e das formas ), se encontra o Eterno Logos, Verbo fundamental de Deus, que contem em sí, em potência, todas as idéias, todos os nomes e todas as formas.
O AUM é considerado o Som mais próximo desta Palavra Divina e origem de todas as demais.
Todo o Universo vibra em AUM.
Seus diversos eventos constituintes são modulações do AUM básico: energia vibrando em várias frequencias.
OM é Nada-Brahman, "o Som do Absoluto". Por isto sua repetição se torna um veículo para focar a "nossa" consciência com A Consciência Absoluta.
Uma compreensão profunda sobre este símbolo místico revela que é composto de três sílabas combinada em uma, não como uma mistura física mas como uma combinação química.
Na verdade em Sânscrito a vogal 'o' é constitucionalmente um ditongo composto de a + u; por isso OM é representativamente escrito como AUM.
Apropriadamente, o símbolo do AUM consiste de três curvas (curvas 1, 2 e 3), um semicírculo (curva 4) e um ponto.
A curva maior 1 simboliza o estado de vigília, neste estado a consciência é voltada para o interior através dos portões dos sentidos. O tamanho grande significa que este é o estado mais comum ('maioria') da consciência humana.
A curva de cima 2 mostra o estado de sono profundo ou estado de inconsciência. Este é um estado onde quem dorme não deseja nada nem passa por nenhum sonho.
A curva do meio 3 (que se localiza entre o sono profundo e o estado de vigília) significa o estado de sonho. Neste estado a consciência do indivíduo é voltado para o interior e o sonhador contempla uma visão encantadora do mundo atrás das pálpebras dos olhos.
Estes são os três estados da consciência de um individuo, já que o pensamento místico Indiano acredita que a realidade manifestada inteira se origina desta consciência, portanto estas três curvas representam o fenômeno físico .
O ponto significa o quarto estado da consciência, conhecido em Sânscrito como turiya. Neste estado a consciência não parece nem extrínsica nem intrínsica, nem os dois juntos.
Significa o voltar para a quietude de toda existencia relativa e diferenciada. Este estado quieto total, pacífico e bem-aventurado é o alvo absoluto de toda atividade espiritual. Este estado Absoluto (não-relativo) ilumina os outros três estados.
Finalmente, o semi círculo simboliza Maya e separa o ponto das outras três curvas.
Deste modo, é a ilusão de maya que nos previne da realização dos mais altos estados de bem-aventurança. O semi-círculo é aberto no topo e não toca o ponto. Isto significa que este estado mais alto não é afetado por maya.
Maya só afeta o fenômeno manifestado.
Este efeito é quem previne o investigador de alcançar seu alvo final, a realização do Um, do onisciente, do não-manifesto, do princípio Absoluto. Desta maneira, a forma de OM representa tanto o não-manifesto e o manifesto, o númeno e o fenômeno.
Como um som sagrado também, a pronúncia das três sílabas AUM é aberto para uma rica análise lógica.
A letra A é conhecida como o primeiro som , independente do contexto cultural. É produzida no fundo da boca aberta e é portanto dita incluir e ser incluída em todos os outros sons produzidos pelos órgãos vocais humanos. Na verdade, A é a primeira letra do alfabeto Sanscrito.
A boca aberta para o A move para o fechamento no M. Entre eles está o U, composto da abertura do A mas formado pelo fechamento dos lábios. Aqui é importante lembrar que interpretado em relação as três curvas, as três sílabas que formam o AUM são suscetíveis a mesma decifração metafórica. O estado de sonho (simbolizado por U) , situa-se entre o estado de vigília (A) e o estado de sono profundo (M).
Na verdade um sonho nada mais é do que um componente da consciência da vida em vigília formada pela inconsciência do sono.
Deste modo AUM também contém dentro de si o alfabelto completo, já que sua pronúncia origina do fundo da boca (A), viajando entre (U), e finalmente alcançando os lábios(M).
Atualmente todos os alfabetos podem ser classificados sob várias categorias dependendo da área da boca onde são pronunciados. Os dois extremos entre quais um alfabeto completo oscilam são do fundo da boca para os lábios; ambos se juntam no simples ato da pronúncia do AUM.
A última parte do som AUM (M) conhecido como ma ou makar, quando pronunciado faz os lábios fecharem. É como fechar a porta para o mundo exterior e procurar no fundo de nós mesmos a verdade absoluta.
Mas além da natureza tríplice do OM como um som sagrado está a quarta dimensão invisível que não pode ser distinguida pelos nossos restritos orgãos dos sentidos como nas observações materiais.
Esta quarta dimensão é indescritível, silêncio total que segue a elocução do OM.
Uma quietude de todas as manifestações diferenciadas, ou seja, um estado pacífico , bem-aventurado e não-dual. Na verdade este é o estado simbolizado pelo ponto na iconografia tradicional do AUM.
O simbolismo tríplice do OM é compreensível para a maioria de nós humanos 'ordinários' , percebidos tanto no nível intuitivo quanto objetivo . Isto é responsável pela popularidade e aceitação geral. Por este símbolo se extender sobre o espectro inteiro do universo manisfestado faz com que seja uma fonte verdadeira de espiritualidade.
Alguns símbolos equivalentes são:
Cores: Vermelho, Branco e Preto.
Estações: Primavera, Verão e Inverno.
Periodos: Manhã, Meio-dia, e Noite.
Estados: Vigília (jagriti), Sonho (svapna), e sono-profundo (sushupti).
Esferas: Terrena, Celestial e Intermediária.
Deidade Elementar: Fogo (Agni), Sol (Aditya), Vento (Vayu).
Manifestação da Fala: Voz (vak), Mente (manas), Respiração (prana).
Função Sacerdotal: Fazer Ofertas, Realizar rituais e Cantar.
Tendências: Rotativa, Coesa e Desintegradora.
Qualidade: Energia (rajas), Pureza (sattva) e Ignorancia (tamas).
Ritual do fogo: da Casa, dos Ancestrais e de Invocação.
Deusa: Amba, Ambika, and Ambalika.
Deus: dos elementos (Vasus), do céu (Adityas), da esfera-do-espaço (Rudras).
Deidade: Brahma, Vishnu, Shiva.
Ação: Criação, Preservação, and Destruição.
Poder: de Ação (kriya), de Conhecimento (jnana) e de Vontade (iccha).
Homem: Corpo, Alma e Espirito.
Tempo: Passado, Presente e Futuro.
Estágios da Existencia: Nascimento, Vida e Morte.
Fases da Lua: Crescente, Cheia e Minguante.
Divindade: Pai, Mãe e Filho.
Alquemia: Enxofre, Mercúrio e Sal.
Budismo: Buda, Dharma e Sangha (três jóias do Budismo).
Cabalismo: Macho, Fêmea e a inteligência unida.
Pensamento Japonês: Espelho, Espada e Jóia.
Atributos Divinos: Verdade, Coragem e Compaixão.
De acordo as ciências espirutuais Indianas, Deus primeiro criou o som e destas frequências sonoras veio o mundo do fenômeno. Nossa existência total é constituída destes sons primordiais, que dão origem aos mantras quando organizados por um desejo de se comunicar, manifestar, invocar ou materializar.
É dito que a própria matéria se originou do som e o OM é o mais sagrado de todos eles. É a sílaba que precede o universo e da qual os deuses foram criados.
É a sílaba "raiz"(mula mantra), a vibração cósmica que mantém unidos os átomos do mundo e dos céus.
Na verdade, Os Upanishads dizem que o AUM é deus em forma de som.
Assim o OM é primeira parte mais importante dos mantras tanto do Budismo quanto do Hinduísmo, por exemplo como em Om Namoh Shivai e Om Mani Padme Hum.
Em uma interpretação mais profunda da concepção mística do AUM, citada no Upanishad:
AUM é um arco, a flecha o eu , e Brahman (Realidade Absoluta) é o alvo.
Outro texto antigo compara AUM com uma flecha, colocada em cima do arco do corpo humano (respiração), que depois de penetrar as trevas da ignorância encontra a sua marca, ou seja, o domínio iluminado do Verdadeiro Conhecimento.
Assim como uma aranha que sobe em sua teia e ganha a liberdade, assim também é a subida do yogue em direção a libertação através da sílaba OM.
No Chandogya Upanishad é dito:
A essência de todos os seres é a terra.
A essência da Terra é água.
A essência da água é a planta.
A essência da planta é o homem.
A essência do homem é a fala.
A essência do discurso é o Rigveda.
A essência do Rig Veda é o Samveda.
A essência da Samveda é OM.
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Fonte:http://queilarte.blogspot.com/2009/09/o-significado-do-simbolo-om.html
http://www.exoticindiaart.com/article/om/
http://www.stillnessspeaks.com/blog/41/0/
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