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Por Pai Joaquim de Aruanda

Mais tarde, Jesus estava comendo na casa de Levi. Junto com Jesus e os seus discípulos estavam muitos cobradores de impostos e outras pessoas de má fama que o seguiam. Os professores da Lei, do grupo dos fariseus, vendo Jesus comer com aquela gente e com os cobradores de impostos, perguntaram aos discípulos: Porque ele come e bebe com esta gente?Jesus ouviu a pergunta e disse aos professores da Lei: Os que têm saúde não precisam de médico, mas sim os doentes. Eu vim para chamar os pecadores e não os bons.

 

Esta passagem bíblica é por demais esquecida pelos seres humanizados quando colocam em ação seus conceitos. Eles imaginam que existam lugares “bons” e “maus”. À época de Jesus, os cobradores de impostos e as prostituas eram considerados a escória da sociedade: ninguém que fosse “bom” poderia se juntar a estes, pois passaria a ser discriminado também.

Cristo ao abandonar os seus discípulos e ir jantar na casa de um cobrador de impostos com pessoas de má fama afirma que procedeu desta forma porque não veio para chamar os bons, mas sim os pecadores (maus). Ao proceder dessa forma, nos ensina que não viemos para esta vida viver com os “bons”, ou seja, aqueles que satisfazem nossos conceitos, mas que aqui estamos para conviver com os “maus”, ou seja, com aqueles que entendemos como “errados”.

Para o ser humanizado as coisas e pessoas são sempre divididas em binômios. Umas são chamadas de “certas” (aquelas que contemplam os conceitos do ser) e outras de “erradas” (as que destoam das “verdades” que o ser possua). As “certas” são chamadas de “boas”, enquanto que as “erradas” são taxadas como “más”.

Esta forma de ver o mundo acaba com a igualdade necessária entre todos para a existência do amor universal. O ser humano que pratica esta divisão não consegue deixar de provocar sofrimento a outras pessoas, pois contesta as “verdades” delas e também não vive com alegria, pois encontra sofrimento quando os demais colocam seus conceitos em prática.

Com a intenção de preservar sua satisfação individual, o ser humanizado acaba isolando-se destas pessoas que ele considera “erradas” ou “más”. Age desta forma achando que é o único meio de preservar seus sentimentos “bons”. Entretanto, ao agir desta forma, ele demonstra que seus sentimentos não estão de acordo com a lei de Deus. Na verdade está protegendo suas próprias verdades.

Para se alcançar à verdadeira evolução é preciso não se encontrar “erros” ou “maldades” nos atos de outros. Apenas fugir dos outros não leva o espírito à evolução, pois ele não passa por provas (contestação de suas verdades). É preciso que esteja perto de quem combata seus conceitos praticando o amor universal.

Essa prática requer que o ser se exponha a todo e qualquer sentimento, sem “culpar” aqueles que o possui. A reforma íntima é transformar o individualismo em universalismo. Para isso é preciso compreender que existem outras “verdades” que são verdadeiras e isso só se alcança com a exposição ao individualismo alheio. Este é o ensinamento de Cristo.

Quando o Mestre ensina que não devemos ir apenas aos sãos, mas que devemos procurar os doentes, está nos conclamando a vivermos junto com nossos “inimigos” para poder aprender a vê-los como companheiros de jornada. Amá-los da forma que são sem julgamentos ou críticas para que eles aprendam essa forma de proceder. Isto será “chamar os pecadores a fim de que mudem de vida”.

Se resguardar dentro de igrejas, templos ou clausuras onde existem, aparentemente, apenas sentimentos positivos de adoração a Deus é deixar de amar ao próximo. Os sentimentos dentro destes locais não são, então, propriamente positivos, mas ali existe muito egoísmo, individualismo. O poder de julgar e condenar os outros, o egoísmo de não dividir as propriedades espirituais entre todos.

Aqueles que se isolam com o sentido de preservar a pureza de seus sentimentos, dizem que fazem isso para encontrar Cristo e viver com ele. Acreditam que nestes locais encontrarão o mestre por causa da pureza dos sentimentos que passarão a manter. Mas, quando possuírem estes sentimentos, perderão Cristo, pois serão sãos e ele não virá para os que o procura desta forma.

Para amar os outros, encontrar Cristo, o ser humanizado deve ir onde se encontram aqueles que necessitam deste amor, ou seja, os doentes.  Para isso, os seres humanizados devem freqüentar locais considerados “errados”, onde freqüentam gentes “más”. Ali o ser encontrará Cristo que está sempre buscando os “doentes”.

Entretanto, quando freqüentar estes locais não deve se “envolver” com os sentimentos que ali existem. Tem que manter a sua pureza sentimental que só será alcançada quando não ver “erro” ou “maldade” no que está sendo praticado. Todos os atos são “certos” para quem o está fazendo, pois possuem conceitos (verdades individuais) que justificam a prática do ato. Quando o ser condenar ou rotular a ação do próximo estará utilizando o mesmo sentimento que ele: amando as suas verdades acima de Deus.

Um ser humanizado pode freqüentar um bar, mas não deve se envolver com o sentimento de poder gerado pela bebida; pode ir a casas noturnas, sem “respirar” a luxúria existente; pode se encontrar em qualquer lugar, mas não “praticar” o que ali é praticado sentimentalmente.

Mas, só isso não basta para manter a sua pureza sentimental. Deve, além de não praticar, dar a cada um o direito de fazer o que quiser, sem considerar isto “errado” ou “certo”, “bom” ou “mal”. Para tanto precisa compreender que todos os seres do universo são “filhos de Deus” e que, portanto, possuem a luz dentro de si. Essa luz pode estar encoberta pelos “conceitos” (verdades individuais), mas está presente.

Os seres humanizados possuem sentimentos conceituais, ou “verdades individuais” e se guiam por eles. A visão das coisas geradas por essas verdades individuais é sempre de que está “certo”.  Por isso praticam atos de determinada forma.

Isso ocorre porque todo ser possui o livre arbítrio concedido por Deus para escolher o sentimento que quiser para “viver” (praticar atos). Se o próprio Pai concede este livre arbítrio, quem, então, seremos nós para contestar qualquer coisa? Com essa verdade universal o ser humanizado pode permanecer fora da acusação ao próximo mesmo estando em um lugar de “má” fama.

Aqueles que se expõem, sem gerarem críticas ou acusações, conseguem transmitir aos freqüentadores destes locais a exemplificação do amor e com isto podem promover a “cura” destes doentes. Enquanto o ser humanizado tiver os seus conceitos (“certo” e “errado”) e fugir deste contato, promovendo a marginalização de determinados locais ou pessoas, será ele mais doente que os aqueles.

A rotulagem de determinadas pessoas a partir das verdades individuais fere a luz que cada um carrega por sua origem. O ser humanizado que acusa o outro de ser alguma coisa negativa não o vê como oriundo de Deus e, por conseguinte, está ferindo o próprio Deus.

Para se praticar tudo o que aqui estamos comentando e que Cristo nos ensinou, não existe a necessidade de se pertencer a qualquer religião, mas apenas de se praticar o amor universal. Isto Cristo também nos ensinou através do Evangelho de Mateus: “Eu não quero que me ofereçam sacrifícios de animais, mas que sejam bondosos”.

Os que criticavam Cristo pela decisão de jantar na casa do cobrador de impostos eram os professores da lei, ou seja, aqueles que imaginavam conhecer o “certo” e o “errado”. No caso específico desse ensinamento, os professores da lei eram os sumos sacerdotes da religião hebraica. Por isto o mestre chama-os à razão dizendo que não entenderam os textos que leram.

Ao referir-se a sacrifícios de animais, Cristo estava falando do rito da religião da época. Para os israelitas daquele tempo, pois uma das obrigações religiosas era oferecer animais em sacrifício para que Deus os protegesse. Com sua frase, o mestre disse que a proteção de Deus não é dada pelo cumprimento de ritos religiosos, mas pela prática de coisas bondosas, de sua lei.

De nada adianta um ser humanizado freqüentar a todos os cultos de sua religião, cumprir todas as ordens do seu clero enquanto ele ainda possuir sentimentos conceituais que separem o mundo entre “certo” e “errado”, entre “bom” ou “mal”. Não é a prática ou o cumprimento das ordenações religiosas que pode garantir a evolução espiritual.

Para se elevar com o cumprimento das leis de Deus, o ser humanizado precisa ser bondoso, ou seja, necessita praticar o amor universal. Para tanto é necessário ter-se sempre em mente seus três pilares básicos: alegria, compaixão e igualdade.

Todo aquele que encontra o “errado” sofre, pois ainda possui conceitos que foram ofendidos pelo ato do irmão. Para se amar verdadeiramente de nada adianta colocar a esmola na caixa da igreja, mas existe a necessidade de não se encontrar “erros” no irmão.

Quantas pessoas freqüentam os cultos e ali mesmo, no local que chama de sagrado, esquecem das palavras e sentimentos que estão sendo proferidos e prefere ficar prestando atenção na “forma” que outro está cultuando. Analisa e conclui que ele está errado, pois está com a mão direita mais levantada que à esquerda, não está lendo a página que deveria.

Não existem formas de se cultuar a Deus a não ser com a prática do amor e este amor tem que passar pela compaixão. O espírito tem que ter a consciência do sofrimento que causa a outros. Quando observa e considera “errada” alguma atitude do seu irmão, mesmo que não comente com palavras com ninguém, ele está emitindo sentimentos negativos contra aquele, promovendo o sofrimento.

Ao “ver” uma atitude como errada, o ser humanizado quebrou a igualdade, pois sempre se considerará “certo”: Mais uma vez este ser abandona o amor universal. Nesse caso, ainda diz que o faz em nome da perfeição de um sentimento: o amor a Deus.

Enquanto o espírito possuir forma certa para se cultuar Deus estará se importando com o animal que será ofertado, mas esquecerá a bondade que Deus pede que pratiquemos.

Cristo não veio, portanto, afirmar a necessidade de se freqüentar uma religião, mas sim ensinar o ser humanizado a amar a Deus. Esse amor tem necessariamente que passar pela não crítica ao seu irmão. Quanto mais alguém afirma que sua religião é a melhor ou a mais pura está afirmando que Cristo está longe dela, pois ele não veio para os sãos e sim para os doentes.

Apenas entendendo que qualquer templo de qualquer religião é um hospital onde seres doentes comparecem para serem atendidos pelo médico Cristo, o ser humanizado pode deixar de imaginar o seu lugar de religação com Deus como o “perfeito”, o “certo”. Isso encerrará o fim da crítica e marcará a compreensão que todos têm o direito de procurar a “especialidade médica” que mais atenda suas necessidades.

O ser humanizado necessita compreender que todos são “doentes”, possuem verdades individuais, pois existe apenas uma única verdade no Universo: Deus. Somente essa compreensão poderá eliminar seus conceitos (verdades) e o fim delas é fundamental para que possa conferir a cada um o direito de fazer o que quiser (sentimentalmente) sem constatar erros.

Aqueles que se dizem detentores de Cristo (da verdade de seus ensinamentos) e por isso estão na pureza ouçam o aviso do Mestre: “eu vim para os doentes e não para os sãos”.

Em resumo, este ensinamento de Cristo nos faz entender que viemos a este planeta e matéria carnal para fazermos o que não “queremos” e conviver com as pessoas que não “gostamos”, pois viver diferente seria se satisfazer. Todos vêm para os “doentes”, ou seja, aqueles que consideram “errados” e não para os “sãos”, aqueles que consideram “certos”, pois esse modo de proceder é que leva à nossa própria cura.

É através da prática da não observação do “bem” e do “mal”, do “certo” ou “errado”, com a prática do amor universal, que o espírito alcançará a sua evolução.

Espiritualismo Ecumênico Universal

www.meeu.com.br

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Encoraje-me através da minha conexão profunda e segura e da energia de fluxo eterno do amor incondicional, do equilíbrio e da aceitação, a amar, aceitar e valorizar  todos os aspectos do Criador a minha volta, enquanto aceito a minha verdadeira jornada e missão na Terra.
Eu peço com intenções puras e verdadeiras que o amor incondicional, a aceitação e o equilíbrio do Criador, vibrem com poder na vibração da energia e na freqüência da Terra, de modo que estas qualidades sagradas possam se tornar as realidades de todos.
Eu peço que todas as energias e hábitos desnecessários, e falsas crenças em meu interior e ao meu redor, assim como na Terra e ao redor dela e de toda a humanidade, sejam agora permitidos a se dissolverem, guiados pela vontade do Criador. Permita que um amor que seja um poderoso curador e conforto para todos, penetre na Terra, na civilização e em meu ser agora. Grato e que assim seja.”

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