Seria pertinente fazer um estudo sobre uma passagem Bíblica interessante, na única intenção de aclarar a mente de quem realmente quer conhecer a verdade, analisemos a história sobre os magos do oriente.
Os magos são só mencionados em apenas um dos quatro evangelhos, o de Mateus. Nos 12 versículos que trata do assunto, Mateus não especifica o número deles, sabe-se que são mais de um, pois a citação está no plural. Alguns historiadores afirmam serem personagens criados pelo evangelista Mateus para simbolizar o reconhecimento de Jesus por todos os povos. A palavra magoi tem o significado de «mago» [magician], tanto no Antigo como no Novo Testamento.
No oriente da Palestina, Pérsia, Assíria e Babilônia tem um sacerdócio de Magos do tempo do nascimento de Cristo. Os Magos vieram a partir de alguma parte do Império Parto. Provavelmente cruzaram o deserto da Síria, entre Eufrates e Síria, chegando a Haleb (Aleppo) ou Tudmor (Palmyra), percorrendo o trajeto até Damasco e para o sul, no que agora é a grande rota para a Meca (darbelhaj, «o caminho dos peregrinos»), continuando pelo Mar da Galiléia e o Jordão pelo oeste até interceptar o vale próximo a Jericó.
A religião dos Magos era fundamentalmente a de Zoroastro e proibia a feitiçaria; sua astrologia e habilidade de interpretar sonhos foi ocasião de seu encontro com Cristo» (ver aspectos teológicos do Avesta)
De qualquer forma, a tradição permaneceu viva e foi apenas no século III que eles receberam o título de reis – provavelmente como uma maneira de confirmar o contido no Salmo 72, tomado à conta de uma profecia. “Todos os reis cairão diante dele”. Cerca de 800 anos depois do nascimento de Jesus, eles ganharam nomes e locais de origem: Melchior, rei da Pérsia; Gaspar, rei da Índia; e Baltazar, rei da Arábia. Em hebreu, esses nomes significavam “rei da luz” (melichior), “o branco” (gathaspa) e “senhor dos tesouros” (bithisarea).
Leiamos em Mateus 2,1-11 “Tendo Jesus nascido em Belém da Judéia, em dias do rei Herodes, eis que vieram uns magos do Oriente a Jerusalém. E perguntavam: Onde está o recém nascido Rei dos judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos para adorá-lo tendo ouvido isso, alarmou-se o rei Herodes,e , com ele, toda a Jerusalém; então, convocando todos os principais sacerdotes e escribas do povo indagava, deles onde o Cristo deveria nascer. Em Belém da Judéia, responderam eles, porque assim está escrito por intermédio do profeta: E tu, Belém terra de Judá; porque de ti sairá o guia que há de apascentar a meu povo, Israel.
Com isto, Herodes, tendo chamado secretamente os magos, inquiriu deles com precisão quanto ao tempo em que a estrela aparecera. E, enviando-os a Belém, disse-lhes: Ide informar-vos cuidadosamente a respeito do menino; e, quando o tiverdes encontrado, avisa-me, para eu também ir adorá-lo. Depois de ouvirem o rei, partiram; e eis que a estrela que viram no Oriente os precedia, até que, chegado, parou sobre onde estava o menino. E, vendo eles a estrela, alegraram-se com grande e intenso júbilo. Entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se, o adoraram; e, abrindo os seus tesouros, entregaram-lhe suas ofertas: ouro, incenso, e mirra. “Sendo por divina advertência prevenida em sonho para não voltarem à presença de Herodes, regressaram por outro caminho a sua terra”.
A colocação “três reis magos”, que não consta no texto, é um pressuposto por Jesus ter recebido três presentes dos magos, que simbolicamente significa: O ouro é dado a um rei, o incenso a um sacerdote e a mirra a um profeta, Jesus realmente foi o rei dos judeus, sacerdote e profeta.
Os personagens não eram reis e sim astrólogos e sábios persas, conheciam muito sobre astronomia que à época não existia como conceito cientifico, mas como arte de adivinhação, todavia ao que parece, souberam se guiar através das estrelas até chegar ao local onde Jesus estava.
O curioso é que existe uma lei promulgada por Moisés, tida como de inspiração divina, que proíbe o contato com os magos:
"Não vos dirijais aos magos, nem interrogueis os adivinhos, para que vos não contamineis por meio deles" (Levit. 19:31).
(Dt 18, 14) As nações que você vai conquistar ouvem astrólogos e adivinhos. Javé seu Deus, porém, não permite que você faça isso.
Como podemos observar nesses versículos a proibição é clara, entretanto, quando começam os questionamentos, os teólogos dogmáticos saem pela tangente certo?
Como explicar que justamente estes que faziam coisas abomináveis foram ter com o próprio Jesus, será que ele se contaminou com a presença dos magos ou essas práticas deixaram de ser contra a vontade de Deus? Como conciliar, magos abomináveis se os mesmos foram os primeiros a visitar Jesus? Por que ninguém recriminou a visita dos magos até hoje? Pelo contrário, hoje em dia se colocam no presépio suas figuras, como podemos perceber esta é mais uma contradição das teologias conflitantes, por isso não podemos aceitar tudo de forma literal. Vejamos o Dt 18,11.
“Quando entrares na terra que Iahvéh, teu Deus te dá, não aprendas as fazer as abominações daquelas nações. Não se achará em ti quem faça passar pelo fogo, nem adivinhador, nem feiticeiros, nem agoureiros, nem cartomante, nem bruxo, nem mago e semelhante, nem quem consulte o necromante e o adivinho, nem quem exija a presença dos mortos”.
Se a lei proibia de falar com os magos, como explicar tal visita, certamente Maria e José conversaram com eles, e por que o conceito sobre os magos mudou de uma época para outra?
Segundo a SBB (Sociedade Bíblica Brasileira), no vocabulário contido no NT, mago quer dizer; “aquele que estuda as estrelas”. Será que os astrólogos de hoje são considerados pessoas abomináveis?
Como podemos observar, nem os teólogos dogmáticos sabem o que falam, pois se condenam os magos em um versículo, absolvem no outro.