AFINIDADE

[Luiz Soares da Silva]

Luiz Soares das Terras Nordestinas.

          O que seria preciso para que, de fato, nos tornássemos senhores do tempo? Quais atitudes deveremos assumir para que possamos flutuar livremente? Como me expressar para deixar claro que o PORTAL é uma realidade a ser atravessada de uma forma nua e sorrindo?

          Algumas vezes quando a escuridão me proporciona observar a noite estrelada, me debruço sobre o conteúdo de muitas e muitas afirmações, muitas explicações, muitos comentários e até verdadeiros postulados induzindo isso e aquilo para todos nós.

          Num momento de pura meditação vou procurando encontrar uma justificativa para tantos enunciados. De uma parte me vem à exposição de que muitos ainda precisam de tais esclarecimentos, pois teimam em permanecerem na crença dos valores materializáveis – Pura utopia! Para muitos outros, a leitura serve apenas para a confirmação de um conceito que o próprio Cristo tão bem anunciou em tempos idos.

          Ah o Amor. De certa forma o termo é empregado de certa forma, que mais se assemelha a uma ensaiada chantagem emocional. O preguiçoso ao pedir um real e não sendo atendido diz de imediato: Deus te abençoe! Numa partida de futebol cada um se agarra com o seu Santo, na tentativa de que ele venha a jogar e fazer muitos gols! O homem no desespero da fome chega a afirmar: É coisa de Deus!

          Ninguém mais precisa repetir de que foi necessário criar o sentido antagônico, como forma de valorização e reconhecimento a algo maior, qual seja a AFINIDADE. O termo ultrapassa a nossa mais aguçada imaginação. Ele transcende a materialidade e aniquila o antagonismo. Ele iguala sentimentos que só serão sentidos em estado de graça, de pureza, de leveza, de luz com excepcional luminosidade.

          Será que a banalidade invadiu e se alojou de vez dentro de cada um de nós? Vou e devo acreditar que NÃO! Recuso-me a aceitar tal posicionamento. Será que ainda precisamos cultuar a posse de algo que não nos diz respeito? O meu - talvez seja o problema! A minha - talvez seja um desperdício de tempo. Tudo é sagrado. Tudo existe para facilitar a nossa permanência neste belo planeta azul.

          O uso, o convívio, a gratidão sem domínio de posse é grandeza de excepcional virtude. A vida na natureza indomável está cheia de virtudes e afinidades. O peixe com o rio! O ar com as aves! O solo com as plantas! A sede com a água! A morte com a vida! A mãe com o filho! Mesmo assim, já pensou se o peixe tratasse o rio como seu? As aves usassem o ar como um patrimônio pessoal? E as plantas donas e utilitárias convictas de que o solo é de sua propriedade?

          O tempo continua voraz na sua ânsia de sair deste contexto. O tempo presente vivencia o que nós temos e possuímos de uma forma mais liberal, mais participativa, na universalidade do amor sem o sentimento de manipulação.

          É preciso acordar. É preciso meditar. A meditação nos conduz a intuição. A intuição nos encaminha a sabedoria. A sabedoria nos torna consciente de que viver é uma arte, sem dúvidas; mas, em se considerar eterno, num outro tipo de espaço, ai a coisa pega. Vai, levanta o teu voo como uma estrela que não se perde e nem se mistura na imensidão do infinito. Com certeza ela se julga, de fato como parte de uma essência maior, ou projeto de pura consciência sem fronteiras.

          Abraços fraternos do Luiz Soares.

[Luiz Soares da Silva]

Olá Simone

Cá com os meus surrados botões vou ficando com a preciosidade da Energia Quântica!

 

[Edi Xavier da Guirra]

Belíssimo texto. Gratidão!