A ÚLTIMA FRONTEIRA

[Luiz Soares da Silva]

Luiz Soares das Terras Nordestinas

Falou-se e escreveram-se muito nos últimos tempos sobre o tema “Consciência Coletiva”.

Era um tema muito cheio de generalidades, particularidades, simplicidades e complexidade ao mesmo tempo. Mas, diríamos sem especificidades.

Continuamos para muitos, infelizmente imaginando de que algo possa vir de fora para dentro – lerdo engano!

Nunca se viu tantos acontecimentos vinculados a lei das causas e efeitos. A natureza nos dá sinais com os seus feitos majestosos, chegando alguns deles com resultados aparentemente devastadores, no tocante a materialidade.

O gelo flui silenciosamente para os oceanos, mostrando o que nunca havíamos percebido. Vulcões adormecidos e até mesmo nunca imaginados surgem do nada. O vento se soma e nos mostra o quanto somos pequenos e inseguros. A neve cobre e soterra caminhos que eram cruzados sem dificuldades. Os rios e suas enxurradas também executam uma sinfonia reparadora.

Muitos outros acontecimentos estão com suas evidências marcantes. Toda a natureza sofre modificações. São muitos para os que sabem ou podem identificar que algo está por assim dizer – fora do lugar comum.

De certa forma sempre de LÁ, nunca de CÁ. As causas serão sempre atribuídas a fenômenos inexplicáveis tanto para a ciência como também para o conhecimento humano. Atribui-se a materialidade, visto que cada um deles tem sempre um nome: Tornado, Seca, Enchente, Degelo, Enxurrada, Tsunami, Furação, Mortalidade de Peixes, Encalhe de Baleias, Migração de Animais, Chuvas Torrenciais, Neblina, Rio Seco, Barragens sem Água, ora, já basta de tantas palavras.

Por trás de tudo isto alguns desaparecimentos e, porque que não dizer – mortes! Na materialidade bilhões e bilhões de prejuízos como sendo o resultado em termos de efeitos. E na espiritualidade? O que isto nos anuncia? Aprendemos o que com tais lições? A que conclusões já podemos chegar?

Nesta odisseia renovadora faltava um componente. Para que isto pudesse vir e se transformar numa atitude coletiva foi preciso mexer com o intimo mais sagrado de cada um de nós – a indignação!

Começamos a descobrir de que somos atores e não plateia. Começamos a sair e voar com asas douradas em direção a LUZ. Estamos sim ainda nos apegando a palavras, sem dúvidas: Segurança, Saúde, Transporte, Moradia, Qualidade de Vida, Impunidade, Escolaridade, e outros inúmeros sentimentos que saem de dentro e chegam às ruas.

Neste processo de motivação mobilização da massa humana, começamos e despertamos o sentimento humano que se sobrepõe a decisão de cunho político, a interesses pessoais de uma política e justiça social que se dizia representativa do bem estar coletivo.

Estamos sim, a exemplo da natureza adentrando na última fronteira. Seria uma forma de nos somarmos e nos conscientizarmos de que o somatório das carências estruturantes chegou ao limite. É um jogo de consciência que foi colocada ao largo da individualidade. Apesar dos pesares não estávamos nem ligando para tudo que nos colocava em reta de colisão com a felicidade, com a tranquilidade que o espírito humano tanto necessita.

Sem sombra de dúvidas estamos avançando, como aves entrincheiradas apenas observavam de maneira manipulada. Agora não, o mundo vivente se rebela contra a sua passividade. O sentimento maior suplanta representatividades que nunca, de fato entenderam o que seria viver em coletividade.

Pois bem. Caminhemos e avancemos como emergentes das cinzas. Acordemos e nos abracemos, pois algo começa também a fazer surgir novos tempos, novos conceitos, novos dias, nova Terra, nova Natureza e novas felicidades.

Abraços fraternos do Luiz Soares.