APOTEOSE CLIMÁTICA

[Luiz Soares da Silva]

Luiz Soares das Terras Nordestinas.

É preciso buscar na historia dessa humanidade algo que possa nos situar; e, assim nos esclarecer sobre os muitos acontecimentos hoje vivenciados, numa verdadeira apoteose do clima no planeta.

A suposta inteligência do ser humano, infelizmente ainda não pode alcançar os grandes acontecimentos do colosso universal. Sua limitação materialista o separa de entender a dinâmica da evolução planetária e das grandes mutações genéticas que dominam o cosmo.

Sempre afirmo que não temos nenhum tipo de memória astronômica, comparativamente ao eixo da terra com relação ao sol. Se aceita a existência de algumas ERAS, como a do gelo e a dos dinossauros, sendo a mais colossal aquela que retrata a existência de uma grande floresta tropical no atual deserto do Saara.

Em todas essas constatações nada tem como registro da posição do eixo da terra. O Norte verdadeiro ou magnético poderia estar numa outra concepção. A linha do Equador bem que poderia ser de outra magnitude. Eis, portanto a dinâmica do universo. Para os leitores desse comentário, tenho a certeza de que imagino ou descrevo um fato sem precedentes, por pura falta de referencial, que permita um julgamento positivo.

Essa civilização concebida na base do Carbono tem um ponto fraco, ou melhor, depende da água para sobreviver. A água existe, sem, entretanto ficar a mercê da nossa vontade, assim como aconteceu com os Astecas, os Incas, os Maias e os próprios Egípcios.

Os grandes conglomerados humanos desconhecem o que a geografia chama de Bacia Hidráulica. Os grandes lagos e os rios são formados e mantidos, em função de um regime de precipitação limitado, dentro de um espaço geográfico. Essa regra imutável seria a grande responsável pela dinâmica do ciclo hidrológico.

Em cada um dos tipos de acumulação de água, sempre irá existir um volume relativo e um volume absoluto. O volume relativo seria a nossa cota de consumo, sendo plausível a sua reposição normal, pelo regime da precipitação.  Outro fator também pode determinar o volume relativo de consumo, qual sejam a temperatura e os ventos. Já o volume absoluto representa uma reserva estratégica ou comparativamente ao que se chama de volume morto.

Especificamente, no caso do semiárido brasileiro, não se pode contar com a presença de grandes rios perenes. Mas, a existência de aquíferos (Jandaíra e Assú), seria considerada a nossa reserva estratégica. Acontece que a expansão da atividade agrícola, a concentração e demanda para o consumo dos humanos e animais, chegou a extrapolar o volume que seria ou sempre foi reposto, com o advento das chuvas, reabastecendo o aquífero com um volume aproximado de 600 milímetros.

Explicitamente e gradativamente estamos sempre ficando deficitários. Cada vez mais a quantidade retirada é bem maior do que a capacidade de reposição na bacia hidráulica. Comparativamente o mesmo está acontecendo com o estado de São Paulo. Diria que a situação cada dia mais fica sem controle. E, em assim continuando fatalmente não mais haveremos de ter qualquer possibilidade de reserva.

Temerária e preocupante tal realidade. Em muitos países como Israel, Espanha, Portugal e até mesmo a Califórnia nos Estados Unidos, executam um controle altamente rígido, com relação ao uso da água. No consumo humano cada residência tem sua cota a um custo mínimo. Caso venha a exceder a cota, para cada metro cúbico excedido chega a ser multiplicado por até 30 vezes. O controle do estado não admite o uso abusivo para qualquer tipo de atividade. Assim e desta forma vão conseguindo encontrar um bom termo de sobrevivência humana e empresarial.

Em linhas gerais o homem precisa se ajustar e não esperar por milagres. Essa é uma realidade altamente irreversível. Os exemplos podem ser encontrados na história, basta ter a consciência de que somos vitimas do nosso entendimento, modo de agir e das nossas próprias incertezas.