PREDOMINÂNCIA

[José Eduardo Oliveira Borba]

Curiosa é esta palavra, predominância, isto porque, não é ela muito proferida, lembrada ou ouvida em nosso dia-a-dia.

O mais curioso ainda é que esta palavra, apesar de um pouco esquecida por nós, é ela constantemente lembrada pela nossa vida.

Podemos definir predominância como algo mais forte ou algo que está com maior poder de controle sob todos os demais.

Desde o nosso início, aqui, predominantes foram os mais diversos fatores que nos influenciaram profundamente.

Na formação de nosso corpo, determinante foi a predominância do específico cromossomo, doado pelos nossos Pais, para qualificar o nosso sexo.

Predominante foi a influência espiritual, desde a nossa chegada aqui até certa idade.

Também juntamente com a espiritual, significante foi a predominância da influência do astro ou a conjunção planetária no momento ou instante de nosso nascimento.

Após a este período, apesar de estar em nós contida desde o início aqui, começa a predominar todo um contexto de informações sobre a vida aqui no Planeta, ou seja, cultura, tradições, conhecimentos, religiosidade e tudo o mais que foram transmitidos pelos nossos Pais, através da hereditariedade.

Como podemos notar, ao nascermos aqui, em nós já estava contida uma enorme gama de informações predominantes, em outras palavras, não nascemos aqui sem nada em nossa profunda estrutura ou que teríamos que começar a nossa caminhada do zero.

Há muito e muito tempo foi-nos dito: “Conheceste e conhecerás o Universo”.

Sem dúvida nenhuma, em nós está contido, desde que aqui chegamos todo o conhecimento de nossa caminhada cósmica.

Mas também não nos foi dito que ao aqui chegarmos esqueceríamos de toda esta bagagem?

Sim, é uma verdade, mas, precisamos nos conscientizar que esquecido não quer dizer que em nós não estava ou está contido.

Assim foi determinado pelo Plano Superior para que os Seres que aqui viessem, caminhariam eles com extremo livre-arbítrio com relação a escolher ou não a sua jornada baseada no que neles estava contido.

Mas não é uma injustiça por parte do Plano Superior este objetivo de aqui chegarmos num total esquecimento de tudo que conquistamos anteriormente?

A primeira impressão, é que sim, mas, se pararmos um pouquinho para analisar, não é, tendo em vista, que foi nossa escolha participar desta profunda experiência e que também nunca estivemos desamparados, pois, muitos Mestres aqui estiveram com a finalidade de ajudarmos a relembrar.

Mas não é quase que impossível relembrar algo em que o nosso mental proibido estava, de certa forma, de acessar e também que sempre foi predominante em nós as informações ou registros de nossa vida aqui?

Sim, devemos considerar que nos exige uma força de vontade para reprogramar, mas nada impossível.

O objetivo de nossa caminhada aqui é relembrar, reativar e vivenciar o que realmente somos, ou seja, um imenso ser de luz. – Tornamo-nos pequenos, para reconhecer a grandeza de que somos.

Os Mestres que aqui estiveram não estavam Eles autorizados a interferir diretamente no livre-arbítrio do Seres, externaram Eles, sutilmente, através de seu amor, uma realidade e uma verdade para que todos aqueles que procurassem ou buscassem, por si só, a sabedoria profunda contida nas entrelinhas, conseguissem, gradativamente, relembrar, ativar e vivenciar o que estava/está em nós contido, mas esquecido. (Quem tem ouvidos, que ouça).

Realmente não é fácil relembrar algo que está esquecido e sob uma imensa predominância.

Mas o que é esta grande força predominante que não nos deixa enxergar ou relembrar outras em nós contidas?

Maravilhosos são estes momentos em que não mais somente um Mestre, mas sim, Muitos, estão transmitindo ao Planeta conhecimentos abertos, amplos, profundos e pormenorizados do Ser e do Universo, pois assim exige estes momentos.

Caminhando e aprendendo estamos que possuímos tudo em nós, a luz de nossa origem, a sabedoria do Universo adquirida pela vivência nas mais diversas dimensões e também toda uma estrutura de conhecimentos ou informações do viver aqui neste Planeta.

Para que possamos entender e compreender em sua profundidade o que é uma predominância, precisamos nos conscientizar que tudo que é por nós sentido, adquirido ou interiorizado, através de todos os nossos sentidos e corpos, é registrado ou codificado em forma de energia, assim como em um computador as informações são codificadas e armazenadas em uma placa de quartzo específica.

Devido ser a nossa estrutura essencialmente energética, tudo o que entra e sai do conjunto de nossos corpos é energia.

Somos um imenso depósito de energia, a qual, interiorizamos, exteriorizamos e movimentamos a cada segundo de nossa vida.

Em nosso corpo mental, está nele armazenado ou registrado todo e qualquer conhecimento, informação ou pensamento que assimilamos do exterior.

Em nosso corpo emocional, assim como o mental, também nele está depositado/registrado as mais variadas e profundas emoções sentidas.

O nosso corpo físico não é diferente dos demais, pois, ao ingerirmos os alimentos é extraído deles a energia, a qual conhecemos como vitaminas, para a sustentação do mesmo.

Como podemos notar e constatar, tudo é energia em movimento, entrando e saindo.

Aprendendo estamos a reconhecer que somos o resultado, conseqüência ou fruto da movimentação da energia.

Aprendendo estamos também, a existência da Lei Universal, sábia e justa, que regulamenta a energia, sua vibração ou sua movimentação.

Lei esta que nos diz que ao movimentarmos, em nós, qualquer que seja a energia, automaticamente estará ela se ligando/conectando, com sua semelhante, contida no Todo, pois, nada está separado, tudo está interligado. (Semelhante atrai semelhante).

Precisamos nos conscientizar profundamente disto, tendo em vista, que cada vez mais, estamos constatando e vivenciando, em nosso dia-a-dia, que nada acontece por acaso.

Um exemplo bem simples e por nós sentido por diversas vezes, é o sentimento/energia do medo contido em nosso corpo mental e emocional, o qual é sempre reativado ou automaticamente movimentado, quando lemos, ouvimos ou presenciamos no exterior, algum fato ou acontecimento relacionado.

Neste sentido, constatamos também, que se em nós não está contida a informação/energia do exterior, não nos causará impacto algum, pois, não haverá ligação ou conexão.

Como em nós está contida a mais sutil energia, como também a mais densa, por enquanto, precisamos adquirir um equilíbrio, uma sabedoria para qualificar em nosso viver cotidiano, quais informações/energias do exterior que iremos movimentar através de nossa leitura, de nosso ouvir, de nossa visualização, para que elas reativem ou se liguem com as que possuímos, sempre no sentido de o melhor para nós.

Então teríamos que viver isolados do Mundo?

Não necessariamente, pois, seremos afetados, influenciados ou conectados com as energias do exterior, sejam elas sutis ou não, somente se permitirmos ou se for a nossa vontade. – Poderosa é a nossa vontade.

Mas como agirmos para que as energias do exterior não se conectem e alimentem as iguais que possuímos em nosso interior?

Devemos adquirir o hábito do equilíbrio, da imparcialidade, de certa forma um pouco frios com relação a tudo o que acontece no exterior, ou seja, qualificar já no exterior, por intermédio de nosso conhecimento, de nossa conscientização, de nosso mental, de nossa vontade, quais delas nos serão benéficas ou não.

Procuremos não qualificar após já termos interiorizado, pois, neste caso, não teria efeito algum a qualificação, tendo em vista, que já houve a conexão e a retro alimentação da energia em nós.

Em um sentido mais profundo, seria o equilíbrio entre a razão (mental) e a emoção (emocional).

Mas, o que é a predominância?

Sim, após sabermos como agem as energias, a sua dinâmica e sua Lei, podemos dizer com toda certeza que predominância nada mais é do que a alimentação e a retro alimentação contínua da mesma energia, contida no exterior e nosso interior, seja ela benéfica ou não, a qual irá com o tempo, predominar em todo o nosso ser, formando uma nova personalidade e com isto, alterando ou mudando profundamente o nosso modo de agir, de pensar e nos emocionar.

Que seja predominante em nós e cada vez mais, a intenção, a vontade em procurar, buscar o que há de melhor para nós, pois, o homem não é produto do meio, e sim, do que mais predomina nele.



José Eduardo O. Borba