Página de Mercedes A.C.To.Montagner

Olhar nos olhos das pessoas e fazer com que a vida delas se transforme, irradiando felicidade a partir de si mesmo e guiando-as em seu desenvolvimento espiritual. Há 16 anos, esse é o sentido da vida da eslava Lada, que vive nas montanhas de Altai, na Sibéria, aonde pessoas de todo o mundo se dirigem em busca de cura para doenças graves. Sacerdotisa da academia Golden Altay, ela recebeu esse nome – que significa deusa da harmonia, felicidade familiar e abundância – por expressar em plenitude as qualidades de deusa do amor, na tradição eslava, e deusa tântrica por natureza. Como mestra de tantra russo e técnicas de transe xamânico, Lada transmite seus conhecimentos ancestrais em vários países, promovendo rituais que visam a união e eliminação de conflitos. Desde criança ela curava as pessoas com o toque e teve seus dons ampliados ao chegar a Altai, expandindo seu talento à palavra, por meio de mantras e orações. Lada esteve no Brasil para seminários na Chapada Diamantina (Bahia), São Paulo, Rio de Janeiro e Campinas, onde também fez atendimentos e recebeu o JORNALZEN para a entrevista exclusiva a seguir.

JORNALZEN – Como foi seu caminho pessoal até se tornar a sacerdotisa Lada?

Lada – Minha avó me criou na infância. Meus pais me levavam todo verão para o campo e minha avó deixava eu fazer todas as coisas que gostava. Todos os dias eu nadava no riacho, brincava de esconde-esconde e de noite, quando minha avó me dava o leite de vaca antes de dormir, ela colocava a mão na minha cabeça e dizia: ‘Então, filhinha, não é possível mandar cartas para Deus, não é possível mandar telegramas, é possível só orar. Então, repita comigo essas palavras...’. E eu repetia as palavras e gostava muito. Quando tinha um pesadelo, repetia essas palavras e deixava de ter medo. Também me lembro de como eu curava pequenos animais. Não gostava de vê-los sofrer. Lembro-me de um cachorrinho branco que foi atropelado e a pata dele foi praticamente esmagada. Fiz a oração por três vezes e a pata ficou boa. Naquela altura, vovó disse: ‘Muito bem, filhinha, terei alguém para passar aquilo que eu sei’. Minha avó era curadora. Quando traziam pessoas imóveis para a aldeia e ela orava em cima delas, dizia umas palavras e depois de 24 horas elas voltavam andando. Minha avó morreu quando eu tinha 7 anos e meio. Depois, fui estudar e uma das matérias era sobre o ateísmo científico. Na universidade também deparei com essa matéria e diziam que as pessoas crentes, que tinham fé, eram loucas. Meus pais não tinham muita fé, tinham outros objetivos de vida. Mas num momento maravilhoso, Deus decidiu modificar a minha vida. Comecei a sentir dores, que começavam a piorar. Os médicos fizeram o diagnóstico e eu vi a piedade nos seus olhos. Disseram que eu tinha um tipo de câncer. Um amigo médico me disse em segredo que o tempo de vida dessa forma de doença era de dois meses. Quando estava deitada na cama do hospital, era uma sexta-feira à noite e todos os outros pacientes tinham tido alta. Olhava para as paredes e pensava: para que viver se vou piorar ainda mais? Pensava em tomar remédios para não mais despertar. Sentia-me muito magoada. Comecei a chorar e minha consciência se desligou. De repente, e isso foi muito claro, muito vívido, senti uma mão pesada e carinhosa na minha cabeça. Senti isso fisicamente e então ouvi: ‘Então, filhinha, não é possível escrever cartas, nem mandar telegramas a Deus. É preciso orar’. Achava que havia esquecido aquelas palavras da oração, mas ouvi e comecei a repetir a voz atrás de mim, palavra por palavra. Só entendi o que estava se passando quando me vi ajoelhada em frente à cama do hospital segurando uma revista aberta numa página que apresentava um quadro de um conhecido pintor russo. No quadro estavam pintadas as montanhas de Altai. Dentro da minha cabeça, tinha um pensamento que soava como um sino que dizia: ‘Eu te espero’. Não sei como peguei essa revista. É como se o tempo não existisse antes. Nesse momento, senti dentro de mim uma segurança, confiança e dizia internamente: ‘Esse não pode ser o fim!’ Então, fugi do hospital pela janela. Na mesma noite, quando voltei para casa, uma amiga me ligou e disse: ‘Ouvi dizer que você está com problemas de saúde e aqui vieram uns monges de Altai. Não quer ir para ver o que eles dizem?’ Então, na minha iniciação, meu orientador falou sobre a minha missão de vida. Nesse momento, vi o rosto da minha avó e ela estava sorrindo. Tinha a sensação de que junto com a cura e a bênção da iniciação era como se ela estivesse me entregando. Até hoje considero que a presença dela na minha vida foi ajuda do mestre e de Deus. Um mês depois voltei nos médicos e foi muito interessante. Os médicos se reuniram e me chamaram e disseram que os computadores erraram porque não era possível alguém ficar curado em um mês. Depois de um mês, fui para Altai e permaneci ao lado do meu mestre durante muitos anos. Passei pelos rituais de purificação, de libertação da consciência e do corpo. Apareceu a possibilidade de ver o carma das pessoas até a 12ª encarnação. Deus me dava a possibilidade de também ver o futuro. Isso não se abre sempre, somente quando a pessoa está pronta para fazer mudanças.



JORNALZEN – Um de seus seminários é voltado para as mulheres...

Lada – Principalmente com mulheres, e elas se abrem de uma maneira maravilhosa. O último seminário foi em São Petersburgo. Uma das minhas alunas disse: “Minha vida ficou totalmente diferente. Comecei a valorizar a mim mesma, meu marido começou a me valorizar e sinto mais energia agora, tanto em casa como no trabalho. Minha filha tem 10 anos e desde muito pequena era diferente. Ela aprendeu a sorrir e a ser alegre”. Analisei que nessa criança havia um forte bloqueio de medo. Até crianças se transformam. Nós plantamos as sementinhas, arejamos elas com as práticas e cresce a maravilhosa flor da felicidade. Toda mulher na Terra deve ter a flor da felicidade.



JORNALZEN – Há também todo o trabalho por meio do tantra, mas algumas pessoas o confundem com algo de conotação sexual.

Lada – Tudo que fazemos precisa ser sagrado. O ato de comer, de passear por uma floresta ou quando tocamos a mão de uma pessoa. Tudo deve ser transformado em oração. Tantra é 99% a unificação das almas humanas e apenas 1% os toques físicos. Se as pessoas não aprenderem a tocar suas almas, não aprenderão a sentir prazer e felicidade no toque corporal. O tantra tem a ver com a unificação das pessoas, de missões, de tarefas de vida, sentidos da vida. Quando duas pessoas se unem no nível do sentido da vida, entendendo para que vivem, então começa outra etapa: a unificação dos corações. Quando esses níveis estão em ordem, as pessoas podem orar com o olhar, com almas um com o outro. Pensam a mesma coisa, sonham com as mesmas coisas. Só depois disso o toque físico vai trazer felicidade. A felicidade está na alma. Muitas pessoas não sabem nada sobre si mesmas mas tentam encontrar um parceiro. Aos dois seres que não sabem nada de si e tentam fazer sua vida feliz, o resultado é de infelicidade. Por isso fazemos todo o possível para passar conhecimento às pessoas. O conhecimento sobre o amor, a felicidade, a capacidade de entender a si mesmo, a capacidade de usar o seu canal intuitivo. Todo esse conhecimento deveria ser ensinado ainda na escola. Teríamos muito menos crianças infelizes. Gostaria muito que cada homem e cada mulher que leem estas palavras comecem a pensar se pode amar a si mesmo, se sabe fazer seu corpo saudável e feliz, se pode estar em estado de oração e gratidão a Deus e se pode entender as outras pessoas como a si mesmo. Tudo começa com o amor por si mesmo. Amar a si com os olhos do outro é muito perigoso.



JORNALZEN – O que podemos fazer por nós mesmos, no nosso dia-a-dia, para que possamos nos tornar pessoas melhores?

Lada – Alegria. Neste mundo muitas pessoas sentem solidão. Desde a infância a pessoa é acostumada a pensar que alguém vai lhe trazer a felicidade. Não foi acostumada a amar a si mesmo. Mais ainda: as pessoas nem sabem como, elas só querem que alguém as ame. Querem olhar para si como uma criança que só tira notas altas, que recebe elogios do chefe ou da pessoa amada. Ou seja, as pessoas tentam amar a si mesmas com as situações do mundo externo. Se a própria pessoa não despertar em si o amor pelo seu corpo, para as emoções positivas e o pensamento construtivo, não se encontrará na zona da felicidade nem no estado da saúde. Muitas pessoas acham que o amor é quando alguém te ama, mas tudo começa com o amor por si mesmo. Sinceramente, desejamos para todos os homens e mulheres que possam levantar e fazer exercícios todas as manhãs, orar todos os dias e que possam meditar sobre o sentido da vida. O mundo externo vai responder com o mesmo sentimento.



JORNALZEN – Como analisa a proposta de nosso jornal?

Lada – Estou muito grata ao seu jornal porque traz um modo de vida positivo para todas as pessoas que o leem. Noventa e nove por cento das doenças decorre das emoções negativas e as atitudes negativas para com as situações. O medo e a insegurança que a pessoa deixa entrar no seu coração destroem o sistema nervoso e, como consequência, os órgãos adoecem. Vocês são a luz na escuridão. Que Deus lhes dê saúde para que possam passar as informações úteis para o desenvolvimento da alma. Que as pessoas que leem estas palavras façam aquilo que gostem, o que lhes dá alegria. Que leiam este jornal maravilhoso e cresçam junto com ele. Este jornal é um canal de cura para as pessoas.



JORNALZEN – Que mensagem gostaria de deixar para nossos leitores?

Lada – Deixo esta mensagem como se estivesse olhando nos olhos de cada um. Por favor, leiam estas palavras e façam esse ritual pequeno, mas maravilhoso:

Coloquem seus braços abertos na altura do peito, como se segurassem uma grande taça.

Imagine na palma de sua mão direita todos os erros de sua vida, todos os problemas, falhas, desde a infância, e sintam esses problemas como pedras pesando em sua mão.

Agora, sintam a mão esquerda e imaginem em seus pensamentos todas as conquistas de sua vida, todos os acontecimentos felizes, todas as alegrias, tudo que lhe faz bem. Sintam na mão esquerda pétalas de rosa.

Sintam as sensações nas mãos direita e esquerda. Agora, façam uma inspiração, e na expiração juntem as palmas das duas mãos, num gesto de oração na frente do peito. Sintam como pedras e pétalas se misturam e digam em pensamento: ‘Ó, Deus, eu te agradeço por todas as minhas falhas e erros porque depois de cada um eu me tornava mais forte, ficava mais hábil. Eu te agradeço, Deus, por todas as minhas conquistas, porque depois de cada vitória minha fé em ti crescia, e agora nas mãos tenho o que mais valioso existe na vida, que é a minha experiência. É toda a minha vida que está em minhas mãos e não é possível tirar nada, nem jogar nada fora. É a jóia maior que existe no meu destino, é a minha experiência, o meu caminho de vida’.

Então, levantem devagar os braços acima da cabeça, abertos em taça, e vejam como de suas mãos para o céu azul levanta-se voando um pássaro branco da sua alma. É a sua gratidão ao criador. Esse pássaro está voando na direção do sul, sentindo confiança na vida, confiando para o futuro toda a sua alma, todo o seu destino, a confiança em Deus.

E, dizendo o mantra AUM, baixe devagar os braços, trazendo para si a bênção do amor divino e os cuidados divinos. Sintam-se numa esfera dourada debaixo da proteção de Deus e de novo agradeçam por toda a sua vida, por cada segundo, por cada respiração.

É necessário fazer esse antigo ritual durante três semanas. Durante 21 dias, todos os dias. Isso purifica a pessoa, acalma os medos e traz confiança para a vida. Dou esse presente para os leitores deste jornal, com gratidão eterna pelo Brasil e por todas as pessoas que vivem aqui. Sejam felizes.